Procura pelo simples e distante da cidade cresce após a pandemia
O 3º Seminário Regional de Turismo Rural dos Vales, realizado na terça-feira, dia 05, em Maratá, apontou a direção para quem está ou pretende empreender neste setor; especialmente por que a opção pela fuga da cidade está em ascensão. A promoção é da Regional Lajeado da Emater-Ascar/RS para empreendedores dos 55 municípios dos vales do Taquari e Caí, que receberam conhecimento de especialistas e através da troca de informações.
A responsável pela Área Social na Regional, extensionista rural Elizangela Mainardi Roso Teixeira, define o Turismo Rural como “complemento na renda” do agricultor; sendo que ao conciliar as atividades sua prioridade seguirá na lavoura ou criação. “Essa é uma decisão muito da família”, afirma, ao observar que a atividade turística exige empenho de todos os membros.
Assim, a decisão deverá considerar fatores como potencial da propriedade e mão de obra disponível. O tempo de dedicação também está na ponderação, pois o turismo acontece nos finais de semana e feriados. Mas há um fator preponderante. “O principal pensamento é gostar de pessoas. Gostar de receber pessoas”, assinala Elizangela.
O rural real está em alta
A extencionista destaca ainda que a família rural precisa ter presente que o Turismo Rural significa precisar abrir sua casa, sua privacidade a estranhos. “E precisa ter orgulho do que faz, de mostrar o seu dia a dia”. Ela complementa que é justamente o rústico que atrai estes turistas, em um movimento de fuga dos centros urbanos que cresceu após a pandemia de Covid-19 e seu isolamento.
“O simples que enche os olhos”, completou. Esta tendência resulta ainda na valorização do meio rural como elemento econômico, assim como a cultura das comunidades. Questionada pelo Ibiá, Elizangela afirma que não há pêndulo entre turismo de produtos e festa coloniais e turismo ambiental. A Emater é o principal apoiador do Turismo Rural, sendo que aquele interessado em investir pode procurar o escritório de sua cidade para avaliar possibilidades, investimento e ações.
Pequeno, mas exclusivo
A Secretaria de Turismo do Estado foi representada pelo diretor-adjunto Rodrigo Santos, especialista no setor turismo, que fez uma palestra em consonância com as informações de Elizangela. O diretor de Turismo reiterou que não há luxo neste nicho e que o turista está sendo atraído pelo meio de vida rural. Mas salientou que comunidade e município também precisam estar preparados para receber.
Santos apresentou quatro itens básicos para empreender: conhecer sua propriedade (para definir qual será a oferta/ produto); olhar ao redor (para identificar o que há de peculiar para oferecer); buscar apoio (para dar os primeiros passos) e ter olhar regional (o potencial coletivo, uma rota turística que se complemente). O diretor da Secretaria reforçou que há preferência por locais pequenos, isolados, individuais e com exclusividade. “Olhem a propriedade de vocês! O que tenho de diferencial?”, estimulou.