Em golpe pelo WhatsApp, bandido finge ser parente para extorquir vítimas

FRAUDE. Com foto e nome conhecido de seu alvo, farsante diz que trocou de número e pede dinheiro

As tentativas de golpes não param de ser registradas em Montenegro. Para não atrapalhar as investigações, a Polícia Civil não divulga números, mas, confirma que a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) tem recebido grande demanda de registros de ocorrência envolvendo tentativas de estelionato, através do uso do aplicativo WhastApp. Os montenegrinos estão utilizando outra rede social, o Facebook, para alertar os demais sobre a fraude.

Véra Regina Kartsch estava no trabalho, no último dia 21, quando recebeu uma mensagem pelo WhatsApp, que dizia “oi adiciona esse meu novo número por que tive que mandar o celular para o conserto”. Até aí tudo bem, não fosse o fato da pessoa que mandou a mensagem estar usando no perfil a foto e o nome da própria Véra. “Eu perguntei quem era e a pessoa digitou meu nome e sobrenome. Aí escrevi em letras maiúsculas ‘QUEM É VOCÊ?’, acho que ela se deu conta. Logo em seguida trocou a foto e o nome”, conta Véra.

Para Ana Oliveira a tentativa de golpe chegou através de uma mensagem, supostamente, enviada por um de seus filhos, o jornalista Emerson Oliveira. Em algumas frases o farsante, a chamando de mãe, relatou que havia quebrado seu celular e que não havia encontrado o chip antigo. Com isso, era para Ana salvar o novo número. O indivíduo ainda perguntou como ela estava, o que a fez pesar que realmente fosse seu filho.

A tentativa de golpe não é nova, mas ainda faz vítimas. Foto: reprodução

A foto do perfil era de Emerson. Ele suspeita que a imagem tenha sido furtada no Facebook. “Como é que essas pessoas conseguem os números dos nossos familiares? Uma coisa é mandar aleatoriamente um ‘oi’ para alguém, mas como sabem que aquele é o número da minha mãe?”, questiona o jornalista.

Ana desconfiou e mandou mensagem para o filho. Contudo, naquele momento, Emerson não conseguiu responder. Mas a mãe não desistiu de falar com o filho e fez uma ligação para ele, foi quando comprovou a suspeita de golpe. Emerson relata que Ana ficou abalada.

Emerson salvou o número suspeito (51-9762 2607) em seu celular e orientou a mãe a bloqueá-lo. O fato correu na tarde de quinta-feira, dia 24. A partir dali, o jornalista passou a monitorar a constante troca de fotos no perfil do criminoso. “Durante a sexta-feira, a foto foi mudada três vezes”, conta. Em ambos os casos não foram registrados boletins de ocorrência, mas, visando evitar problemas futuros, a atenção às configurações de segurança dos celulares foram redobradas.

Nem mesmo integrantes da própria polícia escapam das tentativas de fraudes. O comissário da Polícia Civil Alisson Castilhos, chefe do setor de Investigações da 1ª Delegacia de Polícia de Montenegro, conta que a mãe dele já recebeu mensagem de alguém que dizia ser ele. “Mandaram uma mensagem com foto minha pedindo um valor”, revela o comissário. Assim como Ana fez com Emerson, a mãe de Alisson ligou para ele e descobriu que havia sido vítima de uma tentativa de golpe. “Nesse tipo de caso, a orientação é e tentar imediatamente ligar para o número, já conhecido, do contato”, explica o policial.

Muitas pessoas que sofreram tentativa de golpe deixam o alerta aos demais através do Facebook. Lucca Ludwig fez print dos vários perfis usados pelo mesmo número (51- 9596 8357) e compartilhou avisando seus amigos. Entre os falsos perfis está um com a foto e o nome da Véra, outro com imagem e nome de uma prima de Emerson. “Tu vê a tua privacidade ser invadida é muito chato”, lamenta Véra.

Informações viram arma nas mãos dos golpistas
Nesse tipo de golpe o estelionatário tem a vantagem de ter informações pessoais da vítima, como o nome de familiares próximos. Para a Polícia, isso pode acontecer porque muitos usuários das redes sociais deixam o perfil aberto a desconhecidos e marcam em fotos amigos e parentes. Outra forma de os golpistas obterem informações pessoais das vítimas é através de vazamentos de dados. Os estelionatários podem encontrar em alguns sites o nome completo, telefone, endereço, email e até informações como CPF e RG.

É importante que as vítimas registrem ocorrência policial. Contudo, um dos fatores que dificulta a investigação é o rastreamento do local onde se encontra o usuário do app, explica o comissário Alisson Castilhos. Isso por que, normalmente, o telefone utiliza somente o WhatsApp, e dessa forma não há sinal de antena disponível para rastreio. Conforme Alisson, a investigação a esse tipo de crime pode ser realizada tanto pela Delegacia Especializada em Crimes Cibernéticos quanto pela DP local.

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