Zanatta não vai ao debate e Paulo Azeredo é entrevistado no Ibiá

O Ibiá promoveu seu 1º Debate das eleições municipais de 2024, na noite dessa quarta-feira, 4. Os convidados foram os postulantes a prefeito de Montenegro, Gustavo Zanatta e Paulo Azeredo. O atual prefeito não compareceu ao compromisso firmado anteriormente por seus representantes de campanha. Horas antes do debate, uma carta chegou a direção do Ibiá, na qual consta a justificativa para a ausência do candidato da coligação Avança Montenegro. Já o candidato Paulo Azeredo chegou ao estúdio acompanhado por apoiadores e pela sua coordenadora de campanha, Grazi Brito.

A equipe do Ibiá, em virtude da ausência do candidato Zanatta, fez algumas adaptações nas regras do debate com objetivo de simplificar a entrevista. Para esta publicação no impresso, foram privilegiadas as questões encaminhadas por entidades representativas. As demais questões com temas sorteados e da própria equipe do Ibiá estão no programa que pode ser assistido na íntegra pelo QR Code nesta página.

Além de responder as perguntas, o candidato Paulo Azeredo também teve espaço para expor suas ideias de campanha para o futuro da cidade e apresentar o que perguntaria ao oponente se o mesmo tivesse comparecido ao debate.

ACI Montenegro/Pareci Novo – Como o candidato pensa a promoção do desenvolvimento do município a partir do distrito industrial?
Paulo Azeredo – Temos aqui uma terceira geração do polo petroquímico, que seria empresas que viessem ligadas à sequência da primeira, segunda e a terceira geração que ia produzir os produtos advindos do polietileno. No entanto, as empresas não vieram.
O Tita, presidente da ACI, nos convidou para fazermos um debate junto a Braskem para ver como fazer. Há poucos dias, sugerimos ao governo de estado que detém a gestão dessa área que oportunize que as empresas que foram atingidas pela enchente, pudessem se relocar para lá, deixando o imposto gerado para o seu município, como um ato de solidariedade. Por que isso? Se um funcionário trabalha no distrito industrial, ele vai morar em Montenegro, gastar e investir aqui. O salário desses trabalhadores estaria circulando na economia aqui em Montenegro.

Quando prefeito, tínhamos criado uma visão de termos uma área industrial também na RS-124 até a BR- 386. Se pudéssemos ter essa expansão industrial também para essa região e incentivar nossas empresas.

Nós aprovamos mais de R$1 milhão para esta área ali próximo à Tanac. Ótimo! Quantos mil, milhões destinamos para nossos empreendedores montenegrinos ampliarem seus comércios, suas empresas? Quase nada, muito pouco. Temos que juntos buscarmos soluções.

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Montenegro – O candidato tem um projeto voltado para o desenvolvimento rural do município?
Paulo Azeredo – Como vereador, colocamos um projeto de lei de emenda impositiva. Fiz o projeto sozinho. Os dez vereadores assinaram. Ano passado, tivemos R$ 900 mil para empreender nas escolas ou onde for que tenha CNPJ. Destinamos R$ 30 mil para as quatro associações de agricultores que temos em Montenegro, não repassaram.

Buscamos ter uma subprefeitura na região de Fortaleza, Vendinha, Rua Nova, Calafate. E outra subprefeitura para esta região aqui para estarmos mais próximos das demandas da nossa agricultura. O agricultor que quer a máquina, hoje, tem que vir no centro da cidade, ou, lá na SMDR, fazer o protocolo, vir no centro, pagar a taxa e voltar lá para ter a liberação e, muitas vezes, a máquina vai para outro e não vai para ele.

Queremos que este trabalho seja feito junto ao nosso agricultor. Então, seriam lá duas patrolas, duas retro escavadeira, caminhões e mais uma equipe aqui de aporte, para quando necessário mais de reforço. Vai ser diferente.

Candidato Azeredo reafirmou que não está impugnado e que tem autorização da Justiça Eleitoral para concorrer

OAB – Sub Seção Montenegro – Embora desde o último ano do governo Percival de Oliveira tenha havido a renovação do contrato de prestação de serviços com a Corsan, nenhum metro de esgotamento cloacal foi criado pela empresa. Houve a promessa da criação de estação de tratamento de esgoto que até o momento não saiu do papel. Em 2022, houve a renovação do contrato com a Corsan, embora não tenha havido o cumprimento do anterior. Como será o comportamento do executivo municipal frente tal desídia?
Paulo Azeredo – Quando fomos prefeito, a Corsan estava incumbida de fazer o tratamento dos nossos esgotos pluvial e cloacal. Mas queriam fazer essa unidade lá junto da Antártica. O montante de água da nossa Montenegro, ou seja, se rompem uma bacia, todo o esgoto que está lá contido vai estar no rio, vamos estar bombeando água desses esgotos para tomar.

Daí nós falamos para Corsan que ali no Baixio Velho caberia prontamente esse tratamento e colheria todos os esgotos aqui da parte mais alta da cidade, como também dos bairros. Teria aí, inclusive, nível para que viesse mais facilmente. Nos golpearam e não teve mais nenhuma ação de continuidade.

Hoje andando nos bairros da cidade vemos esgoto a céu aberto, tem poças de esgoto aberto. Temos que ir junto a Corsan e buscar esse contrato. Aqui foi entregue de graça para a Corsan, a nossa comunidade, quem detém o poder da água é o Município. A Corsan faz o serviço.

Lá em Arroio dos Ratos, onde meu irmão é prefeito, estão pedindo R$ 22 milhões para conceder para a empresa nova que assumiu a Corsan. Vamos ver quanto Montenegro ganhou para renovar o contrato e ceder para essa empresa nova.

Sindicato do Comércio Varejista de Montenegro – Na sua concepção, qual é o papel da responsabilidade fiscal no enfrentamento das demandas do município?
Paulo Azeredo – Nós reduzimos de 47,8% para 43,4% a folha de pagamento e incrementamos a receita. Como incrementar a receita? No controle fiscal das nossas empresas, dos nossos empreendedores. E com isso nós conseguimos controlar a emissão de notas, evitando sonegações que poderiam existir. E isso nos deu uma receita maior. A nossa despesa de pessoal foi reduzida em 4%.

Então, na verdade, o que é importante esse controle, controle fiscal da prefeitura, do ICM, de emissão de notas, da circulação de mercadoria. É justo o mercado aqui em Montenegro tirar nota para lá, para São Paulo? O mercado que está aqui deve tirar nota para que seus impostos sejam contidos aqui em Montenegro. E esse controle é necessário. Queremos, novamente, ter esse controle.

Outra questão, falando do comércio, queremos fazer um camelódromo. Eu entendo que não é justo para a pessoa que tem o seu comércio, que paga seus impostos certinhos, chegar alguém e montar na frente da loja uma banca com venda de material concorrente.
Vamos ouvir os próprios vendedores que operam o camelódromo. Nossa ideia é usar ali onde tinha o antigo Bar do Motorista e fazer uma circulação de paradas de ônibus para os nossos bairros. É uma sugestão, vamos ouvir os que atuam e a comunidade.

Conselho Municipal do Plano Diretor – Qual a importância do trabalho do COMPLAD na gestão do Município?
Paulo Azeredo – O COMPLAD deve ser ouvido e ter suas posições, que são às vezes divergentes, respeitadas. Então que é extremamente importante participar.
Nós, como prefeito em 2014, renovamos o Plano e colocamos em votação, e os interesses são enormes. Cada um tem interesse de empreender mais aqui, mais no bairro, ou reduzir a zona urbana, ou ampliar a zona urbana. Essa questão tem que ser muito ampla, e muitas vezes o Plano Diretor tem que ser discutido por partes, ele é muito amplo.

Faz dez anos que não discutem o Plano Diretor. Nós queremos votar isso, o Conselho do Plano Diretor, é muito importante fazer audiência pública, ouvir as pessoas que poderão ser beneficiadas ou prejudicadas.

Coordenação 15ª Região Tradicionalista- Como o senhor vê o Movimento Tradicionalista, dentro do município e o que pode fazer para auxiliar as entidades tradicionalistas, para inserir cada vez mais, os jovens, dentro dos CTGs?
Paulo Azeredo – Tivemos uma reunião com as entidades tradicionalistas. Temos orgulho de ser gaúcho e de honrarmos essa tradição. Nós entendemos que não aconteceu mais nada. Demoliram a pista de rodeio Marcílio Souza Carpes, construída com recursos privados.
Demoliram e não fizeram nenhum rodeio. Tenho aqui o plano de governo que diz cultura e turismo, incentivo às festas populares, ao carnaval, São João, Expomonte, rodeios e outras. Onde estão os rodeios, o incentivo à invernada, ao peão, à prenda, o Bordoneio?
Gastaram mais de R$1 milhão numa festa e não valorizaram nossos talentos locais. Nós assumimos aqui, publicamente, com vocês, de buscarmos o Bordoneio do Canto Ibiá.

Movimento de Preservação do Patrimônio Histórico de Montenegro- Considerando que há uma demanda pela realização de inventário de Patrimônio Histórico e criação de legislação, já desde 2007 e que o senhor já esteve a frente da administração municipal. Como o senhor compreende o Movimento do Patrimônio Histórico de Montenegro? E qual sua proposta para a agilidade na criação de legislação e a realização do “inventário de bens de patrimônio histórico” na cidade?
Paulo Azeredo – Tivemos a frente disso, vimos algumas residências sendo do patrimônio histórico modernizadas e nós nos inserimos nesse contexto. Quando falamos em patrimônio histórico, como está o Palácio Rio Branco? Patrimônio nós temos ali no Executivo que paga hoje 28 mil por mês de locação desde o ano passado lá na Casa do Pão e não está reformando um prédio que faz parte da história de Montenegro.

Como está o museu em frente a Estação da Cultura? Quem conseguiu, na época, a reforma da Estação da Cultura, junto Braskem e ao Polo, foi a Iolanda, minha irmã. Nós conseguimos restaurar e nunca mais mexer naquele prédio antigo, só a estrutura levantada, que é um patrimônio histórico também, não fizeram mais nada desse tempo. E agora, queriam gastar R$ 13 milhões para botar a creche Tio Riba, que é do bairro Ferroviário, lá em cima, junto a ABAMF.

É importante para trazermos aqui sobre esses prédios tombados, históricos, é que o detentor dele de ter um incentivo muito grande. Porque ele mantém, ele não pode comercializar. Nós temos que ter também um cuidado, um zelo, para aqueles que mantiveram e um incentivo para que isso aconteça também.

Unisc – Universidade de Santa Cruz do Sul – O que o candidato tem de planejamento sobre inovação e empreendedorismo e como vê a parceria da Unisc para fomentar isso?
Paulo Azeredo – Nós vimos de 47 mil eleitores, Montenegro está hoje com 48.090, aumentaram o número de mil eleitores. Quem são esses eleitores? São pessoas de fora que vieram para cá? Ou são jovens que fizeram idade para fazer seu título e estão aí, longe do mercado de trabalho?
O que nós queremos, em parceria com a Unisc, colocarmos os cursos, que possam preparar esses jovens para o mercado de trabalho. Temos aqui em Montenegro pessoas que vêm de outros estados pra cá e moram aqui. E nossos jovens muitas vezes sem esse sentido.

Entendemos que é possível, sim, nos unirmos a empresários e ver o que o município pode reduzir do seu ISSQN, seus impostos, à medida que eles compreendem no mercado de trabalho para que esses jovens trabalhadores possam ser formados.
Entendo que nós, juntos, os empresários, com a UNISC, com SENAI, podemos buscar uma agenda positiva para podermos empregar esses jovens. E outra coisa que é possível, estágio. Um estagiário, em média, ganha R$ 8,00 por hora, em 20 dias são R$640,00. É possível buscar convênios com o Sine, com empresas e com a Unisc também.

Carta de justificativa para ausência de Gustavo Zanatta
Montenegro, 04 de setembro de 2024
Todos sabemos da importância das eleições para a definição do futuro de nossa cidade. Infelizmente, o tempo para a busca pelo voto da população é muito curto e precisa ser gerenciado para atender a inúmeros compromissos, sobretudo reuniões e eventos presenciais nos bairros, nas comunidades do interior, junto a associações e entidades representativas.

Considerando que temos recebido muitos pedidos neste sentido, a coligação “Avança Montenegro” decidiu priorizar as atividades que propiciam um contato mais direto com o eleitor. Por isso, agradecemos o convite para o debate agendado para o dia 4 de setembro por este jornal e informamos que o candidato Gustavo Zanatta não estará presente.

Infelizmente, não haverá como compatibilizar as atividades propostas por este jornal com a agenda dos candidatos Gustavo Zanatta e Cristiano Braatz.
De outro lado, destacamos o fato de que o outro candidato foi impugnado pela Justiça Eleitoral.

Atenciosamente
Odilson Soares- Coordenador

Esclarecimento do Ibiá
Não cabe ao Ibiá fazer qualquer análise ou juízo de valor sobre decisões ou prioridades dos candidatos em campanha.Mas, a bem da verdade e em respeito às entidades que encaminharam perguntas, aos nossos parceiros comerciais, leitores, a audiência que nos acompanha, enfim a toda a comunidade montenegrina interessada em conhecer as propostas dos candidatos, cabe esclarecer:

*No dia 16 de agosto, foi realizada reunião com a presença de representantes dos dois candidatos, quando foi apresentado um mapa dos espaços disponibilizados com datas definidas para entrevistas e debates.

*Posteriormente, foi encaminhado a Juíza da 31ª Zona Eleitoral o documento assinado pelos representantes dos dois candidatos, dando anuência a todos os espaços e datas disponibilizados.

*Nessa segunda-feira, dia 2 de setembro, foi realizado novo encontro com os representantes dos dois candidatos, para tratar especificamente das regras do debate, quando foram avaliadas e aprovadas. Inclusive, quanto à eventual ausência de um dos candidatos.

*Por último, quanto à impugnação do candidato Paulo Azeredo, faz- se necessário reportar que, conforme informamos em matéria veiculada no impresso e no digital, segundo informação do Chefe do Cartório da 31ª Zona Eleitoral, enquanto o processo estiver sob julgamento, o candidato poderá realizar todos os atos de campanha, entrevistas, debates, participação em horário eleitoral gratuito, carreatas entre outros.
*O Ibiá não está acima da Lei para vetar ou subtrais direitos conferidos aos candidatos pela Legislação Eleitoral.

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