Temporal causa estragos em localidades do interior

Prefeitura estima 12 casas destelhadas pelo vendaval

A segunda-feira, dia 28, foi de muito trabalho para famílias moradoras das localidades de Rua Nova, Vendinha e Volta do Anacleto que tiveram suas residências danificadas pelo temporal ocorrido na noite de domingo, dia 27. De acordo com a Prefeitura, que prestou atendimento aos atingidos por meio da secretaria municipal de Habitação, Desenvolvimento Social e Cidadania e Defesa Civil, foram 12 casas destelhadas. Houve, ainda, um depósito destruído, danos na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Etelvino de Araújo Cruz e diversas árvores caídas.

O mecânico de manutenção John Kiefer Ferreira, 32 anos, estava concluindo as reformas da casa para onde planejava se mudar com a esposa na próxima semana quando o temporal atingiu a residência, quebrando as telhas. “Agora é recuperar essas telhas que quebraram, assim como a pintura, porque molhou tudo dentro”, lamentou.

John estava preparando a casa para se mudar e terá que promover novos reparos

John conta que a Defesa Civil montenegrina esteve no local e ofereceu lonas, mas ele já havia providenciado novas telhas. Para ele e a esposa o dia seria de reforma da residência – tarefa na qual receberam a ajuda de familiares e amigos. Num primeiro momento, a Defesa Civil realiza a distribuição de lona aos que precisam e faz cadastro para posterior recebimento de telhas. O coordenador da Defesa Civil em Montenegro, Carlos Roberto Ferrão Martins, destacou que além das casas atingidas haviam muitas árvores caídas.

Na casa ao lado da de John, Geni Picanço Teixeira, 70 anos, também contabilizava alguns estragos. Uma despensa aos fundos da residência teve seu telhado completamente arrancado. Telhas que voaram da casa vizinha causaram danos no telhado do anexo onde mora sua neta e o vendaval também causou uma rachadura na parede da cozinha. “Meu filho já está tirando as telhas ali em cima da casa para colocarmos as novas. Acho que hoje tem algum lugar aberto para comprar, daí vamos fazer um mutirão para arrumar”, comentou com preocupação.

Morando há sete anos na localidade, ela disse nunca ter visto algo semelhante. Geni conta que ela, seu filho e o marido estavam na frente de casa quando o vento começou. Ela relembra que o temporal veio da direção de Triunfo e que orou a Deus pedindo clemência.

Quem também se mostrou surpreso com a força do temporal foi o comerciante Jorge Martins, 46 anos. O galpão que ele utilizava de depósito para os itens da sua agropecuária tinha mais de 40 anos e veio parcialmente ao chão. “Ele nunca se mexeu (pelo vento de temporais anteriores). Nunca vi tempestade parecida”, garantiu. Jorge estimou que teve prejuízo de R$ 10.000,00 a R$ 15.000,00. O que se salvou do estoque já foi transferido para novos lugares.

Galpão que servia de estoque para agropecuária veio ao chão

Agilidade e união para garantir reparos
Em uma área da localidade de Rua Nova foram atingidas cinco casas. Ali, a união entre as famílias – que possuem parentesco entre si – fez com que ainda na noite de domingo fosse possível fazer reparos em telhados danificados. O trabalho continuou durante a manhã e tarde de segunda-feira.

Moradora de uma das residências atingidas, Daiane Boeira, 22 anos, conta que estava em casa com a filha e outras duas crianças das quais cuidava. “Eu só pensava nas crianças, a casa tremeu toda e daqui a pouco tinha chuva dentro de casa”, recordou. “Foi terrível”, resume. Em busca de proteção, ela correu para a casa dos pais.

Casa de Daniane perdeu diversas telhas por conta
do temporal. Ela estava em casa com três crianças
no momento da tempestade e ninguém se feriu. FOTO: Arquivo Pessoal

Irmão de Daiane, o cortador de mato Douglas Fernandes Boeira, 18 anos, não foi trabalhar para ajudar a reparar a casa da irmã e a sua própria. A residência de Douglas ficou completamente encharcada por dentro após o vendaval levar duas telhas. Em meio a todo o caos, apenas duas pessoas ficaram feridas. O irmão de Douglas e Daiane teve um ferimento no rosto por conta de um vidro de janela que estourou e a sua esposa teve um corte na perna.

Pedro (E) e Douglas trabalharam na recuperação de suas casas e nas de vizinhos

Ali perto também mora o pastor Pedro de Oliveira, 39 anos. Na sua casa o prejuízo também foi grande. Houve perda de eletrodomésticos, roupas e outros itens em razão das telhas arrancadas. Além disso, uma parede de uma parte da casa que ainda estava em construção caiu. “Não deixei ninguém sair (de casa) pelos estouros fora. Ninguém se feriu, graças a Deus. Foi só o pânico mesmo”, comentou.

Com telhas emprestadas, o restauro da casa de Pedro iniciou ainda na noite de domingo. A casa do irmão do pastor, também localizada ali perto, igualmente sofreu danos e estava sendo reparada na manhã de segunda-feira.

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