A Fundação de Economia e Estatística (Fee), o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e a Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (Fgtas) apresentaram dados a respeito do emprego na Região metropolitana de Porto Alegre. Depois de seis meses diminuindo, houve uma variação positiva de 0,3 % na População Economicamente Ativa (PEA), o que equivale a mais cinco mil pessoas no mercado de trabalho. A ocupação, ou seja, as vagas geradas no mercado de trabalho, também aumentou em 0,5% (mais 8 mil), tornando a taxa de desemprego relativamente estável, passando de 11,3% em abril para 11,1% em maio.
Para a economista da FEE, Iracema Castelo Branco, um mês é muito pouco para caracterizar uma tendência, mas o fato da PEA ter tido comportamento positivo pode indicar que ela chegou no seu limite quanto ao número de pessoas que deixaram o mercado de trabalho. “Se a PEA voltar a crescer pode pressionar os números do desemprego porque a tendência é que não sejam geradas vagas suficientes, já que se houver retomada da economia, esta será lenta”, alerta Iracema. A economista da FEE, Cecília Hoff, complementa destacando que a recuperação está muito calcada na queda de juros, que não parece suficiente. “Qual a força dessa recuperação? Certamente ela tende a ser lenta e o emprego normalmente é o último a responder. Antes de contratar, se aguarda para ver se a recuperação se efetiva”, pondera.
Com referência aos setores de atividade econômica analisados, houve redução na construção (menos seis mil ocupados, ou -4,7%) e aumento nos serviços (mais sete mil ocupados, ou 0,8%), relativa estabilidade no comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (mais um mil ocupados, ou 0,3%) e estabilidade na indústria de transformação. Diminuiu o total de assalariados (menos 15 mil, ou -1,4%), tanto no setor privado (menos 6 mil, ou -0,6%) quanto no setor público (menos 9 mil, ou -5,2%).
Entre março e abril de 2017, o rendimento médio real apresentou variação positiva para o total de ocupados (0,4%), redução para os assalariados (-0,5%) e aumento para os trabalhadores autônomos (2,4%), correspondendo a R$ 1.863, R$ 1.863 e R$ 1.621 respectivamente.