A psoríase é uma doença dermatológica, inflamatória, crônica e multifatorial. Ela causa a hiperproliferação dos queratinócitos – um tipo de célula – na epiderme, a camada mais superficial da pele. A causa da doença ainda é desconhecida, mas, sabe-se, que fatores genéticos, ambientais e imunológicos estão envolvidos em sua origem. A dermatologista Raquel Bozzetto Machado esclarece que a psoríase não é contagiosa.
Não há exatamente como prevenir a psoríase. Isso porque se trata de uma doença cujo principal fator de risco é o histórico familiar. Nas pessoas predispostas, alguns fatores podem colaborar para desencadear uma crise. Estresse, traumas, infecções, vacinas, consumo de álcool ou tabagismo podem ter essa influência, mas evitar o consumo de álcool ou deixar de fazer uma imunização não representam uma prevenção.
“Não há como prevenir-se contra a doença, pois há uma predisposição genética. Porém, as pessoas que têm essa predisposição podem controlar os fatores desencadeantes, como o estresse, o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas. Um estilo de vida mais saudável, com alimentação balanceada e atividade física pode ajudar na diminuição da progressão da psoríase”, destaca Raquel Bozzetto Machado.
Apesar de não haver cura, a psoríase tem controle. “O tratamento depende da gravidade e da extensão da doença. Os tratamentos tópicos são os mais indicados para os casos iniciais e localizados, com uso de cremes específicos e hidratantes. Em casos mais extensos ou graves, a terapia sistêmica é indicada, com uso de imunomoduladores, biológicos e fototerapia, que controlam a inflamação”, destaca a dermatologista. O paciente pode ficar sem lesões, mas sempre há risco de uma nova crise. O tratamento também é importante para evitar que a doença evolua para uma situação de maior gravidade. “Atualmente, sabe-se que a psoríase tem associação com doenças cardiometabólicas, gastrointestinais e distúrbios do humor”, relata Raquel.
Sintomas e diferentes tipos
O principal sintoma da psoríase é o acometimento cutâneo, com surgimento de placas avermelhadas com escamas esbranquiçadas, ressecadas, muitas vezes com coceira. Existem, porém, sintomas que diferencial tipos distintos da doença. A psoríase vulgar é o tipo mais comum, com placas envolvendo os cotovelos, joelhos, região lombossacra e couro cabeludo. Também pode haver acometimento das unhas e genital. A psoríase artropática acomete também as articulações, principalmente das mãos e pés, e menos frequente a coluna vertebral e quadril. A psoríase gutata é caracterizada por pequenas placas, em confete, que pode acometer todo o corpo, geralmente desencadeada por infecções bacterianas como as de garganta, em crianças e jovens antes dos 30 anos. São menos frequentes as psoríases pustulosa e eritematosa. Elas apresentam sintomas sistêmicos como febre, fadiga e calafrios. É uma doença cíclica, que evolui em surtos de piora e melhora.
Doença causa constrangimento
A psoríase pode ter um impacto significativo na qualidade de vida e na autoestima do paciente, o que pode piorar o quadro clínico. O acompanhamento psicológico é indicado nesses casos. Para auxiliar na redução da escamação das lesões, o uso de hidratantes é indicado. Logo após o tratamento, mesmo com o desaparecimento das lesões, pode ficar uma hipocromia no local – pele mais branca – mas, com o passar do tempo, a tendência é que a coloração seja normalizada.