Nível de escolaridade influencia o desemprego

Em 2018, jovens de 15 a 29 anos foram os que mais sofreram com falta de oportunidade

Contas a pagar, alimento na mesa, roupas e um conforto mínimo para se viver bem é a expectativa de todos os brasileiros. Entretanto, para 12,6 milhões de desempregados, isso ainda é uma esperança, muitas vezes, distante. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em agosto, a taxa de desemprego no Brasil diminuiu 0,7% em relação ao último trimestre, representando 1,2 milhão de novos ocupados. O aumento do emprego informal, aquele sem carteira assinada, é um dos motivos dessa diminuição.

No Rio Grande do Sul, um estudo divulgado pela Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag) afirma que jovens entre 15 a 29 anos com o Ensino Médio incompleto formam o maior contingente de gaúchos que estavam desempregados no final do ano de 2018. Pessoas desta faixa etária foram as que mais sofreram os efeitos da crise econômica a partir de 2014.

A instrução é um fator determinante para o ingresso no mercado de trabalho. A taxa de desocupação entre as mulheres com formação média incompleta chegou a 20,1% em 2018, caindo pela metade (10,3%) quando elas alcançam o Ensino Médio.

Vanessa Silva de Oliveira é uma das pessoas que buscaram o Sine na manhã de segunda

Situação semelhante ocorre entre os homens: a taxa de desocupação recua de 11,8% para 6,4%. Para Raul Bastos, economista coordenador do estudo, ao contrário do que se possa imaginar, os dados não revelaram uma relação negativa entre nível de escolaridade e taxa de desocupação. “Se compararmos os dados de dois segmentos distintos, há uma redução da taxa de desocupação de pelo menos metade do valor. Ou seja, completar o ensino implica em conseguir reduzir a taxa de desemprego desse segmento pela metade, o que é um aspecto empírico e social importante”, afirma o economista.

Movimentação é intensa na Agência Sine em Montenegro
Vanessa Silva de Oliveira, de 21 anos, é um desses exemplos. Com apenas o ensino fundamental, foi ao Sine Montenegro logo cedo pela manhã, na esperança de encontrar o seu primeiro emprego com carteira assinada. “Tenho uma filha e vim procurar emprego para me estabilizar. Aqui eles oferecem todo tipo de vaga. Atualmente as outras empresas não disponibilizam as vagas. Quando a gente fica sabendo que tem vaga em alguma outra empresa e vai procurar, não tem mais. Mas estou procurando qualquer coisa.”

Para Jorge Fagner Lavras, a busca por emprego via Sine já deu certo uma vez. Há 20 dias sem emprego, voltou atrás de novas oportunidades. “Estou sem emprego agora, mas estou procurando de novo. Eu acho que as vagas não são bem divulgadas e também vejo poucas empresas fazendo essa troca com o Sine.”

De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), em Montenegro, o saldo do emprego formal no período de janeiro a julho de 2019, foi de 126 empregos. A agropecuária foi a que mais admitiu, 40 empregos foram criados. A construção civil e o setor de serviços vieram em segundo e terceiro lugar, com 39 e 25 empregos criados, respectivamente.

De acordo com Arnaldo Klein Pegoraro, coordenador da agência, a cada vaga divulgada, cerca de 40 pessoas se candidatam. “As vagas vêm por demanda. Com metas que o Estado passa. Tem meses que a gente não consegue bater, mas no semestre o saldo é bom. No primeiro semestre deste ano o saldo foi de 103%. Não garantimos a efetivação, só fazemos a seleção, entrevista e o encaminhamento para o empreendedor. Mas o movimento é grande”, relata.

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