Nestas eleições o Ibiá traz uma série de entrevistas com os candidatos a prefeito e vice-prefeito de Montenegro. A primeira delas é com Cristiano Braatz (MDB). Candidato a reeleição ao lado de Gustavo Zanatta, Cristiano relata os desafios enfrentados junto a Zanatta e os caminhos adotados pelo Executivo nestes quase quatro anos de governo. Ele afirma que Montenegro já apresenta mudanças que irão melhorar ainda mais no segundo mandato.
Braatz afirma que chegou a pensar em desistir da Política, mas os resultados do trabalho feito na cidade o motivaram a seguir em frente e buscar mais um mandato.
JI – Durante a campanha e no início da gestão Zanatta/Braatz, havia muitos comentários de quanto tempo duraria a harmonia entre vocês dois. Qual foi o momento mais crítico de divergências de opinião?
Cristiano Braatz – “Muitas vezes, quando não se resolve as coisas da maneira como a gente entende que as ações têm que ser feitas, gera, no primeiro momento, uma frustração e muitas vezes, a cobrança é mais veemente. Nesses quase quatro anos de mandato, tivemos algumas crises, mas tudo foi resolvido de forma interna para que não se espalhasse ao grande público.
O pior momento foi em de julho do ano passado, quando deu aquela primeira enchente. Tivemos um alagamento com áreas de enchente, mas que deu tantos transtornos no município, que ficamos nos debatendo sobre o que fazer, como fazer e aonde iríamos atacar. Tivemos vários conflitos, momentos em que até pensamos, muitas vezes, se tudo isso estava valendo a pena e se valeria a gente continuar.”
JI – Quando presidiu a Câmara, o senhor assumiu a Prefeitura por 10 dias. Depois declarou que saiu de lá com outra forma de ver a Administração Municipal. Depois de 44 meses “sendo” a Administração, qual a sua visão da gestão pública?
Cristiano Braatz – “Continuo tendo a mesma impressão. Ela apenas se aprimorou. Hoje tenho outra visão do que é o sistema público. Posso dizer para as pessoas que é totalmente diferente do que elas imaginam, principalmente quando se vai cobrar algum serviço da Prefeitura. Temos que entender que temos leis, sistema, pessoas que regem todo esse sistema. Devemos saber como lidar com tudo isso, e ao mesmo tempo oferecer ao cidadão o melhor serviço.
Temos a responsabilidade, principalmente de trabalhar com um orçamento, se compararmos com uma empresa com mais de 2 mil funcionários, temos que pagar o salário, dar as reposições, pagar em dia…”
JI- O que vocês mudaram na gestão que o senhor identificava como dificultador para o trabalho do governante?
Cristiano Braatz – “Entre as principais ações que fizemos está a digitalização no protocolo, o cidadão tem a plataforma disponível e com isso não precisa mais se deslocar até o Centro Administrativo.
Também fizemos mudanças de regras como a modificação de prazos para facilitar a vida do cidadão. O nosso sistema foi alterado para evitar que se fique naquele sistema de carimbar e mandar de um setor para outro. Conseguimos hoje acompanhar de forma remota.”
JI – Na campanha de 2020, o senhor fez duas promessas importantes, a primeira:“Temos excelentes funcionários. Eles terão, sim, participação dentro da nossa Administração”. Isto foi cumprido candidato?
Cristiano Braatz – “Temos muitas pessoas do quadro de carreira que ocupam posições importantes dentro da administração. Eu cito a secretária Andréa da Saúde. Ela é a única pessoa de carreira do primeiro escalão, mas temos outras funções internas de pessoas que ocupam funções gratificadas.Também cito o exemplo da Educação, onde, com exceção da secretária Cíglia, a grande maioria dos cargos é ocupada por funcionários de carreira.
JI- A segunda: – “Faremos uma redução drástica nos cargos de confiança, com aproveitamento do funcionário público nas áreas das suas competências”. Na prática foi o contrário candidato?
Foi necessário, sim, a manutenção dos cargos de confiança e o acréscimo de alguns. Tivemos uma pandemia que foi um grande desafio, que perdurou até o primeiro semestre de 2022. Paralelo a isso, tivemos muitas ações, que já, no primeiro ano, colocou todas elas na linha de frente. Precisávamos de mais pessoas para estarem atuando. E, no decorrer do mandato, as diversas ações que estávamos criando fizeram com que a gente precisasse de mais pessoas.
JI- Esteve à frente de uma secretaria por cerca de 2 anos, Secretaria hoje chamada de Desenvolvimento Econômico. Qual o legado que deixou para o setor produtivo?
Cristiano Braatz – “O principal legado foi que hoje essa pasta tem um local onde, dentro dele, se criou diversos espaços propícios não somente para os funcionários, mas para o atendimento ao público. Antes nós tínhamos um espaço muito precário, sem acessibilidade, hoje temos uma área onde, além de ser uma sala de atendimento, de treinamento, é também para o uso daqueles que querem empreender no município.
Foi incorporado também o PRODECOM, antigo COMDECOM. Identificamos que o grande público atendido por esse segmento tem mais a ver com a área do desenvolvimento econômico.
Além dos demais atendimentos, outro legado que deixamos, é a implementação de alguns programas, como o Juro Zero. Também colocamos em prática o programa Natal Premiado, para estimular compras no nosso município.
A questão do aumento dos prazos para o Alvará, principalmente o Provisório. Quando eu ingressei, tínhamos um prazo de seis meses. Aumentamos para um ano, podendo ser prorrogado por mais seis meses.”
JI – Que empresas pode citar que se instalaram na cidade fruto do trabalho desenvolvido enquanto secretário?
Cristiano Braatz – “Trouxemos a empresa Harts, que veio de Pareci Novo, incentivamos outras empresas como o Vantajão. Apoiamos as leis de incentivos a empresas locais, para as suas ampliações também.
Nesse período, através de um incentivo do Desco, foi feita a reforma da incubadora industrial. Alguns outros incentivos, mais recentemente, são oriundos do meu tempo, como o caso da indústria cervejeira, que vai começar a construção do prédio. Bem como a inauguração da Ipermix, hoje Cimento Gaúcho.
JI – Em 2022, numa palestra na ACI, o senhor anunciou a criação da Rua Coberta e a revisão do Código de Obras e Posturas do Município. Como estão estes projetos?
Cristiano Braatz – “A Rua Coberta está contemplada com financiamento da Caixa Econômica de R$ 50 milhões. O projeto está pronto, só precisa ser atualizado. Não foi feito ainda porque tivemos que reprogramar nossas ações e nosso planejamento, em virtude das cheias.
O Código de Posturas avançou, está na Câmara de Vereadores. Na terça-feira, era para ter tido uma audiência pública para tratar dos tópicos que ainda faltam, mas parece que não teve quórum suficiente. Da parte da Prefeitura Municipal e do COMPLAD, que é o Conselho Municipal do Plano Diretor, todos os pontos já foram analisados , aprovados pelo Conselho, porque ele é deliberativo, e agora estão na Câmara. ”
JI – A ocupação das calçadas é constante reclamação das pessoas que circulam no Centro. Já os comerciantes reclamam do grande número de ambulantes. Não foi encontrado no Plano de Governo nenhuma proposta sobre este assunto. Qual a idéia de vocês?
Cristiano Braatz – “Posso dizer que a Rua Ramiro Barcelos e Bruno de Andrade não poderão ter ambulantes. Está sendo trabalhado dentro da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico uma área propícia para que os ambulantes possam atuar. Assim como ocorre em outros municípios, como Tramandaí e Capão da Canoa. Está se vendo uma área, ou um prédio, onde irão se instalar esses ambulantes. Não vai ser em local centralizado, mas também que não cause prejuízo àqueles comerciantes já estabelecidos.”
JI- Como está a sua motivação com relação à política e se for reeleito, continuar como vice-prefeito?
Cristiano Braatz – “Estou muito motivado. Quando a gente enxerga que aquilo que planejamos está trazendo resultado, está mudando a vida das pessoas, é extremamente gratificante. Quando a gente vê o Parque Centenário, sendo todo remodelado e aos finais de semana lotado, vê ruas ou estradas, como a Selma Wallauer, que há muitos anos a comunidade esperava por asfaltamento e agora tem, vê as crianças das escolas com o uniforme, a família na praça, praças realmente bonitas, isso faz tudo valer a pena.
E, o principal é quando se tem ao teu lado uma pessoa como o Gustavo Zanatta, que é, acima de tudo, alguém que tenho como inspiração. Todos os dias, ele me inspira.”
JI – Chegando ao final deste mandato, qual foi a sua principal frustração com vice-prefeito da cidade?
Cristiano Braatz – “O centro administrativo na Timbaúva. Isso é algo que a gente pretendia ter feito, não conseguimos fazer e vamos fazer. Queremos também construir uma policlínica 24 horas. E, quando concluirmos o Parque Centenário, a próxima etapa será iniciar as obras de revitalização de toda a orla do Cais do Porto.”
JI- No Prefeito Ta On, em janeiro Zanatta afirmou: “para a cidade que queremos, temos que ter ao menos mais quatro mandatos para chegarmos onde o município tem potencial para chegar.” O senhor pode descrever esta cidade que desejam?
Cristiano Braatz – “É o município que a gente está vendo hoje, com a 16ª economia do Estado, protagonista no Vale do Caí, respeitado nas esferas estadual, federal, é o município que as pessoas querem investir. Estamos vendo os investimentos, respeitamos nossos servidores. Posso falar com toda segurança, que tenho muito prazer em morar em Montenegro.
A gente está vendo como que se está cuidando desse município, sabemos que tem muito ainda a se fazer, mas, o que se fez até hoje, nunca havia sido feito”
JI – Porque Zanatta e Braatz devem ser reeleitos?
Cristiano Braatz – “Procuramos fazer nosso melhor, com seriedade, com ética e com transparência. Essa é a nossa forma de agir, sem nunca mentir, sem nunca enganar ninguém. E nós fizemos muito por esse município. Muito precisa ser feito, principalmente na área da infraestrutura, mas vamos fazer porque precisamos de mais mudanças e esse trabalho maravilhoso que está sendo feito por Gustavo Zanatta e toda a sua equipe, não pode parar”.
