Com faca. Lucas Fuler Coronas, 23 anos, manteve a companheira grávida refém
O Ministério Público denunciará nesta quarta-feira, 18, Lucas Fuler Coronas, 23 anos, pelo cárcere privado da companheira dele ocorrido no dia 7 de abril, em Montenegro. Por cerca de três horas, o jovem manteve Fabiana Tavares Rodrigues, 36, grávida de oito meses de uma filha do casal, refém na frente da casa onde moram na rua Carlos Lorival Lampert, bairro São Paulo. Visivelmente alterado em razão do uso de drogas, o tempo todo, o rapaz manteve uma faca no pescoço da vítima, dominada por uma “gravata”.
O inquérito sobre caso, concluído pela Polícia Civil no prazo de 10 dias em razão da prisão preventiva ter sido decretada pela Justiça, também indiciava o homem por ameaça. Mas, como a vítima não manifestou o desejo de representar contra o acusado, o MP descartou essa possibilidade.
À Polícia, Fabiana também argumentou não ter medo do companheiro, além do desejo de vê-lo em liberdade e com auxílio para se livrar do uso de entorpecentes. Ela creditou, justamente, o crime ao vício do jovem. Alegou, inclusive, ser comum Lucas ter alucinações em função do problema de saúde. Também disse não ter feito o companheiro desistir da ação por receio que ele sofresse represália por parte dos policiais.
A promotora de Justiça de Montenegro, Graziela Lorenzoni, vai pedir uma avaliação médica do rapaz, pois há previsão legal para a internação compulsória para tratamento da dependência química. “A rigor, com base no depoimento, ele não oferece perigo para ela. E ele estaria preso para protegê-la. Ainda assim, me manifestei pela manutenção da prisão, apesar do que ela diz, porque também existe o nascituro, o bebezinho”, explica.
A responsável pela Delegacia de Polícia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), delegada Cleusa Tânia de Oliveira Spinato, diz não ser novidade a posição assumida pela vítima em ocorrências com essa. “A postura defensiva (do autor) é uma das condutas muito comuns nos casos que envolvem a violência doméstica. Ninguém começa o relacionamento com uma pessoa se não tem um consentimento. É um comportamento recorrente quando a pessoa não está preparada para romper esse ciclo de violência”, pontua.
Três horas de negociação
A ocorrência teve início por volta das 15h e terminou depois das 18h, com a detenção do autor. Lucas está preso na Penitenciária Modulada de Montenegro. Os integrantes do Pelotão de Operações Especiais (POE) arquitetaram a operação, liderada pelo capitão Jederson Dill, comandante da 1ª Companhia de Policiamento da Brigada Militar de Montenegro.
Com técnica apurada e paciência, Dill assumiu participação fundamental para o desfecho positivo do fato, sem ninguém ferido e o autor preso. Após, a Brigada Militar cumprir o seu papel, as consequências do ocorrido passam pela Polícia Civil, Ministério Publico e a Justiça, pondera. “O nosso desejo é que fatos como esse não se repitam. Se ele puder passar por uma tratamento e ser colocado em liberdade, sem oferecer risco para a sociedade, melhor”, ressalta.