EGR vai assumir o trecho urbano da RSC-287

Buraqueira no acostamento danifica veículos e potencializa riscos de acidentes

Em entrevista exclusiva ao Jornal Ibiá no fim da tarde de ontem, o presidente da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), Nelson Lidio Nunes, anunciou que a estatal irá assumir a responsabilidade pelo trecho urbano da RSC-287, em Montenegro, desde o quilômetro zero, na rótula com a BR-470 e ERS-240, até o quilômetro 7,1, na interseção com a ERS-411. “O decreto deve ser assinado nos próximos dias, mas é uma decisão já sacramentada, até porque é um pedido do governador Sartori e dos secretários Pedro Westphalen (Transportes) e Carlos Búrigo (Planejamento, Governança e Gestão)”, destaca.

Na prática, a substituição do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) pela EGR deve impactar em melhorias “mais profundas” na rodovia, além de manutenção constante, como se vê na ERS-240, entre Montenegro e São Leopoldo. Nunes afirmou que após a assinatura do decreto levará apenas “uma ou duas semanas” para que equipes comecem com operação tapa-buracos, limpezas, corte da vegetação e outros serviços, o que deve ocorrer até janeiro, no máximo.

Nas ruas laterais, que dão acesso à estação rodoviária e à principal rua da cidade, pavimento está deteriorado há décadas

Vencida esta etapa burocrática e os reparos emergenciais devido à deterioração da estrada, a autarquia irá elaborar os projetos que o trecho precisa para intervenções maiores que levem a uma efetiva recuperação desses sete quilômetros iniciais da 287. “Faremos um levantamento de todas as ações necessárias e, a partir disto, avaliaremos o que será possível atender num determinado período de tempo. Não iremos nos comprometer com nada além de nossas possibilidades nem criaremos falsas expectativas. Além disso, queremos a parceria da Prefeitura e da Câmara de Vereadores, que vêm se empenhando para que haja uma solução. Iremos unir esforços”, ressalta.

Bueiros improvisados não são capazes de dar a drenagem adequada no entorno da via em dias de chuva forte

Estatal paga em dia e compra por menos
Conforme Nunes, a EGR, ao contrário do Daer, não tem seus recursos atrelados ao caixa único do Estado, que registra déficit histórico, nem depende da estrutura do governo gaúcho para desenvolver projetos, realizar processos licitatórios, efetuar pagamentos, assinar contratos e outras questões burocráticas que normalmente levam o Estado a demorar a dar respostas à sociedade. “Somos regidos por uma legislação diferente. Temos nosso dinheiro em conta bancária e ‘ninguém mexe’. As coisas são mais ágeis e fáceis. Todos os nossos pagamentos estão rigorosamente em dia. Quem entra com uma fatura no dia 1º já recebe no dia 30 do mesmo mês. Com isso, conseguimos no mercado preços mais baratos, pois pagamos em dia”, acrescenta.

Daer não consegue manter em dia nem o corte da vegetação junto à rodovia RSC-287

A filosofia da empresa, segundo ele, é dar início a qualquer obra somente se houver recursos garantidos dentro do cronograma de execução, mesmo que, para isso, seja necessário dizer não às demandas que chegam da sociedade e outras esferas do poder público. “Esta forma de trabalhar fez com que conquistássemos credibilidade no mercado. Hoje, até empresas de fora do Estado querem trabalhar para a EGR.”

Como o trecho de 7,1 quilômetros ficará sob a área do pedágio de Portão, a estatal também passará a fornecer serviço de ambulância e guincho. Os serviços de conservação serão permanentes, apesar de o presidente ainda não saber se entrarão nos atuais contratos com empresas terceirizadas ou se uma licitação específica será necessária. Nos próximos dias, ele irá percorrer o trecho junto de engenheiros da EGR para verificar pessoalmente as condições de tráfego.

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