Paixão pelo futebol. João Carlos Castilho atuou em vários clubes do Estado e hoje comanda os sessentões do Renner
Quem é apaixonado por futebol, dificilmente se distancia do esporte. Se não bate uma bolinha aos finais de semana, acompanha pela televisão ou escuta pelo rádio as partidas. No caso de João Carlos Brandão Castilho, 66 anos, essa paixão é renovada a cada dia, na beirada do campo do Esporte Clube Renner. Depois de jogar por vários clubes do Estado entre 1669 e 1983, Castilho atualmente comanda o time de sessentões do Renner, que está a um passo da final do Campeonato Estadual.
Natural de Santana do Livramento, Castilho atuava como meio-campista e jogou profissionalmente por quase 14 anos. Fez sua carreira no Rio Grande do Sul, defendendo nove clubes do Estado. Foi companheiro de Luiz Felipe Scolari, o Felipão, marcou gol em Emerson Leão em um duelo contra o Grêmio no Estádio Olímpico e foi campeão da Copa Cícero Soares com o Bagé. “Eu tinha facilidade para bater na bola e muita impulsão. Fazia vários gols de cabeça, era oportunista”, recorda.
O primeiro passo foi dado em sua terra natal. Aos 18 anos, iniciou sua trajetória profissional com a camisa do Fluminense de Livramento. Um ano depois, transferiu-se para Ijuí, onde defendeu as cores do São Luiz. Após três temporadas em Ijuí, assinou contrato com o Encantado, equipe pela qual atuou entre 1974 e 76. Depois, Castilho jogou no Atlético Carazinho, no Bagé e no Farroupilha, até chegar ao Brasil de Pelotas, em 1980. No Xavante, viveu seu melhor momento da carreira.
“Saí da segunda divisão do Gauchão para disputar a primeira. Fiz um gol contra o Grêmio, no Olímpico, quando empatamos em 1 a 1. O Elton cobrou escanteio curto para mim, dominei no bico da grande área e chutei cruzado. O goleiro gremista era o Emerson Leão. Aquela torcida (do Brasil de Pelotas) faz tu jogar. Dos times em que joguei, foi a torcida mais apaixonante, sem dúvida”, ressalta.
Depois de um ano no Xavante, acertou com o Juventude. Na equipe alviverde, teve a oportunidade de atuar ao lado de Felipão, campeão mundial com a Seleção Brasileira como técnico e atual comandante do Palmeiras, líder do Brasileirão. Sua passagem no Ju durou um ano. Em 82, trocou o alviverde pelo grande rival Caxias, onde encerrou sua trajetória dentro das quatro linhas após uma temporada no clube grená. “Fui convidado para jogar em Belém, no Pará. Tive a oportunidade de defender o Remo, mas preferi ficar por aqui”, conta.
Logo depois de pendurar as chuteiras, Castilho se mudou para Montenegro, onde reside até hoje. “Tinha uma irmã que morava aqui (atualmente ela reside em Livramento), aí vim e comecei a trabalhar na Tanac. Fiquei na empresa por 13 anos. A minha família sempre foi fundamental, é meu espelho. Tenho dois filhos e uma neta”, relata o ex-jogador, que possui uma história curiosa com a esposa Ana.
“Minha esposa é natural de Vacaria. Nos conhecemos quando eu tinha 23 anos e ela 15. Começamos a namorar, mas terminamos pouco tempo depois. Em 1981, voltamos a nos encontrar e ficamos juntos. Casamos e em 85 nasceu a filha Ananda (o filho Igor veio na década seguinte)”, relembra.
Como nunca foi de criar polêmicas e provocar as torcidas enquanto jogou profissionalmente, Castilho sempre saiu por cima dos clubes. Por isso, guarda um carinho especial por todas as equipes em que atuou. “Sempre acompanho os times. O Brasil de Pelotas está se estruturando para subir para a Série A nos próximos anos. Terça-feira aplicou uma grande goleada em casa. Já o Juventude vai ser rebaixado e não sei se volta tão cedo para a Série B, está numa situação muito complicada”, analisa.
Agora na casamata, Castilho quer ser campeão com o Renner
Castilho jamais se distanciou do futebol. Sofreu com lesões, precisou fazer cirurgia no joelho, mas sempre se manteve próximo do campo. Inclusive, começou a atuar como treinador logo após parar de jogar. Treinou uma escolinha, foi ganhando experiência na casamata e hoje está na iminência de disputar a final do Estadual de Sessentões com o Renner. No próximo sábado, a equipe de Montenegro enfrenta o Harmonia, em Canoas, pelo jogo de volta das semifinais do torneio. Na ida, o Renner venceu por 1 a 0.
“Não ganhamos nada ainda. Queremos chegar à final e vamos jogar para vencer novamente. O time deles é bom, temos que ter muito cuidado. Estou como técnico do sessentão (do Renner) há dois anos. Sempre quis continuar perto do futebol, então me tornei treinador. Não fiz cursos, mas deveria ter feito. Estou treinando a equipe com meu conhecimento que obtive jogando e com a ajuda dos atletas. É fundamental ter o grupo na mão e conhecer as características dos jogadores”, enfatiza.