Dia Nacional de Prevenção da Obesidade: repense seus hábitos!

A data 11 de outubro é o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, destinado à conscientização da população sobre a importância de prevenir o sobrepeso, estimulando as pessoas a optarem por atividades preventivas. É fundamental aumentar a conscientização sobre prevalência, gravidade e diversidade do estigma do peso. As campanhas pedem uma movimentação para acabar com o uso de linguagem ou imagens estigmatizantes e comecem a retratar a obesidade de maneira justa, precisa e informativa.

Cacio R. Wietzycoski, cirurgião bariátrico e diretor do Programa Bariátrico de Excelência da Unimed Vale do Cai. Foto: divulgação

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de um bilhão de pessoas no mundo são obesas, sendo 650 milhões de adultos, 340 milhões de adolescentes e 39 milhões de crianças, número que continua aumentando. A OMS estima que, até 2025, aproximadamente 167 milhões de pessoas entre adultos e crianças ficarão menos saudáveis por estarem acima do peso ou obesas.

Cacio R. Wietzycoski, cirurgião bariátrico e diretor do Programa Bariátrico de Excelência da Unimed Vale do Cai em Montenegro, explica que a obesidade é uma doença séria e progressiva, considerada uma pandemia do novo milênio, sendo que o sobrepeso e obesidade já atingem mais de 50% da população. “Por isso é fundamental termos uma data para relembrar a importância do combate à obesidade que deve ser continuado todos os dias”, destaca.

Cristiane Junges, nutricionista montenegrina. Foto: divulgação

A obesidade é uma doença crônica, definida pela OMS como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura no corpo. É multifatorial e depende de componentes genéticos, hormonais e comportamentais, mas, segundo Cacio, a má qualidade da alimentação é um dos componentes mais importantes no desenvolvimento da obesidade. Segundo a nutricionista montenegrina Cristiane Junges, a principal causa da obesidade é a alimentação inadequada, ou excessiva. “A pessoa ingere muito mais calorias do que necessita, daí ocorre o deposito em forma de gordura. Esta ingestão excessiva de alimentos pode ser devido à falta de controle alimentar, ansiedade ou outros problemas psicológicos, adoção de hábitos inadequados, entre outros”, afirma.

Além do controle da doença por si só, é preciso evitar outras complicações que aparecem com o tempo e resultam em menor expectativa de vida. O excesso de gordura corporal pode desencadear ou agravar muitas doenças, como diabetes tipo dois, doenças cardiovasculares (hipertensão, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca congestiva e embolia pulmonar), apnéia do sono, alguns tipos de câncer, problemas no fígado e de circulação sanguínea.

A alimentação aliada a bons hábitos previne uma série de doenças e complicações para o corpo em todas as idades da vida. Por isso, quando se fala de obesidade, ter uma relação saudável com os alimentos é extremamente importante para o processo de emagrecimento. “Tendo uma alimentação saudável, mais tocada em proteínas e saladas, legumes e algumas frutas e limitada em carboidratos, doces, frituras e produtos industrializados é o primeiro passo. O segundo foco deve ser na atividade física regular”, pontua Cacio.

Cristiane destaca que existem várias formas para evitar a obesidade. A principal é a alimentação adequada, daí a importância de incluir frutas, legumes, verduras e alimentos integrais a sua dieta. “Assim, há oferta de nutrientes para que o corpo funcione bem, aumentando a imunidade e diminuindo os riscos de doenças. Também praticar atividade física, pois ela libera substâncias que reduzem doenças inflamatórias, além de aumentar o gasto energético, promovendo desta forma o emagrecimento”, explica.

Vale enfatizar que a obesidade infantil vem atingindo números muito preocupantes, segundo Cacio, até 15% das crianças já estão obesas no Brasil. Por isso, a prevenção começa na infância. Cacio afirma que ganhar muito peso na gestação é um preditivo de ganho de peso na criança. “Mamães, controlem-se, comer por dois durante a gestação não existe”, alerta. Para evitar a obesidade nas crianças, o mais importante é não oferecer alimentos muito calóricos principalmente nos anos iniciais e crianças com menos de dois anos não devem conhecer o açúcar. Após esta idade, também devem ser evitados ao máximo os produtos industrializados e baseados em carboidratos e açúcares. “As crianças devem usar menos telas e mais as pernas”, acrescenta.

Dicas valiosas para prevenir a obesidade:

– Prefira os alimentos naturais aos ultraprocessados. Descasque mais e desembale menos;

– Use proteínas, saladas, legumes e frutas e limite carboidratos, doces, frituras e produtos industrializados;

– Pratique atividades físicas regularmente;

– Beba bastante água;

– Durma bem e o suficiente;

– Controle o consumo de alimentos de origem animal;

– Cuidado com a alimentação de crianças;

– Mantenha os exames em dia.

“Tudo que a gente quer e tem força de vontade para mudar, a gente consegue”
A montenegrina Jéssica Letícia da Rosa, 29, passou perto de sentir complicações da obesidade em seu corpo, mas, ao bater 86 quilos com apenas 1,58 de altura, em 2019 decidiu mudar de vida. A esteticista conta que, na área que atua, precisava dar o exemplo para as clientes. “Eu tinha que pedir para minhas clientes no tratamento se cuidarem. Como eu iria dar exemplo se eu estava acima do peso?”, indaga. Ela lembra que o aumento de peso iniciou mais ou menos desde seus 17 anos, quando pesava apenas 56 quilos. “Ao longo do tempo eu comecei a comer mais e muito xis e pizza. Eu tinha uma rotina de comer isso na semana e fim de semana. Eu também passava muitas horas sem me alimentar. Fui engordando e me perdi a vez que eu vi que estava com 86 quilos”, relembra.

Antes e depois de Jéssica

Foi então, em 2019, que Jéssica decidiu mudar de vida, iniciando uma reeducação alimentar com uma profissional da área e também começou a rotina na academia. Ela conta que desde então, segue a dieta dentro do indicado e ajustado junto da profissional, alterando, inclusive, o hábito de passar horas sem fazer uma refeição. “Comecei a comer mais seguido e me organizar com as minhas refeições. Eu chego em casa de noite e já organizo o meu café da manhã e meu almoço para seguir minha rotina e não precisar ir ao mercado”, conta. Ela relembra que a maior dificuldade no início foi reduzir os alimentos. “Eu era de comer duas vezes, fazer a repetição. Ficar sem comer os fast foods também foi um desafio, porque eu cortei”.

Em contrapartida, hoje com 64 quilos, Jéssica reconhece que nada foi em vão. “Eu não me arrependo de nenhum momento, porque tudo que a gente quer e tem força de vontade para mudar, a gente consegue”, ressalta. Ela ainda lembra que seu psicológico a ajudou muito durante todo o processo. “Eu tinha na minha cabeça que eu nunca ia voltar para o meu peso, que eu não voltaria a ser magra, porque eu não conseguia parar de comer, já que eu gostava muito. Mas, quando eu falei que ia tentar de verdade, eu fui melhor do que eu pensava”, comenta. O resultado foi tão satisfatório pela força de vontade de Jéssica, que sempre seguiu uma dieta saudável à risca, entendendo que era capaz de chegar ao seu objetivo.

Psicológico é fundamental em todas as etapas
A psicóloga montenegrina Danuzia Silva destaca que algumas pessoas com obesidade podem apresentar transtornos associados, como transtorno de humor e alimentar, mas isso não é regra. “A obesidade não pode ser confundida com transtorno alimentar. Sabe-se que a obesidade é multifatorial por isso a pessoa que tenha obesidade precisa ser atendida por uma equipe multidisciplinar para ser avaliada nas diferentes áreas e que assim a pessoa tenha um tratamento adequado, conforme a sua obesidade e suas demandas”, afirma. Ela reitera a importância do cuidado com a saúde mental durante todo o processo de emagrecimento, seja ela por meio cirúrgico ou não. “Mais importante que perder peso é estar saudável”.

Psicóloga montenegrina Danuzia Silva. Foto: arquivo pessoal

Segundo Danuzia, o processo de emagrecimento gera estresse e mudanças, por isso, a pessoa deve fazer o acompanhamento de maneira adequada, cuidadosa e respeitosa com o corpo, seu estado psicológico e sua história. “Um tratamento saudável e mais eficiente envolve um olhar multifatorial, investigando e considerando o estado clínico, psíquico, físico, as relações familiares, o meio social, cultural, entre outros, de cada pessoa que apresente a sua obesidade”, reitera.

A psicóloga relembra dos malefícios gerados pelos preconceitos ainda enraizados na sociedade quanto ao assunto. “Estamos em um meio social que tem um culto pelo corpo, a imagem perfeita e que na maioria visa e vende apenas um emagrecimento a todo custo. Isso vem colocando muita gente em risco”, alerta. Sendo assim, para um tratamento adequado, é necessário visar não apenas a estética ou saúde física, mas também a mental, com grande cuidado. “A partir daí a pessoa vai aos poucos acompanhando o tratamento adequado, ressignificando sua imagem durante o emagrecimento, lindando com suas emoções e sentimentos, colocando hábitos mais saudáveis no seu dia a dia e, assim, o emagrecimento fará mais sentido, podendo ser mais tranquilo e não traumático”, pontua.

Neste sentido, é papel da sociedade compreender e saber qual sua função para auxiliar na prevenção e tratamento. “É fundamental expor e falar sobre o tema para as famílias nas escolas e no campo social, ampliando os cuidados através de informação, esclarecimentos e solicitar políticas públicas para que as pessoas possam ter mais qualidade de vida, pois ambos têm um papel importante tanto na prevenção quanto no tratamento”, enfatiza. É preciso oferecer qualidade de vida para estas pessoas, para evitar também seu isolamento. “Às vezes desencadeia depressão, pois as pessoas acabam se isolando por não terem lugares adequados para sentar, dificuldades em encontrar roupas, são vítimas de críticas, julgamentos e não conseguem dar continuidade em seu tratamento”, acrescenta Danuzia.

Tratamento e controle
O tratamento da obesidade pode ser feito com dieta para emagrecer e com a prática regular de exercícios físicos, ou até mesmo com uso de remédios indicados pelo médico para ajudar a reduzir o apetite e a compulsão alimentar, ou, em alguns casos, a cirurgia bariátrica, pois diminui a área de absorção dos alimentos pelo trato gastrointestinal, o que leva à perda de peso. O principal objetivo desses tratamentos é atingir e manter o peso saudável, evitando o desenvolvimento de complicações relacionadas à obesidade.

Mas, há como controlar a obesidade. O cirurgião bariátrico Cácio explica que não significa que seja fácil, mas existem várias maneiras de fazer isso, como tendo o controle da alimentação, atividade física, uso de medicações, uso de balão gástrico e até a cirurgia bariátrica. Especialistas em tratamento da obesidade são as mais indicadas para dar orientações e mostrar qual o melhor caminho para o controle da obesidade. Uma boa dica é controlar seu peso desde os primeiros sinais de obesidade.

Trabalho da Unimed voltado a obesidade
A Unimed possui uma Equipe Multidisciplinar de Tratamento da Obesidade que atua desde 2012. Pacientes que procuram a equipe são avaliados quanto ao grau de obesidade, comorbidades e tratamentos prévios, sendo a partir daí definido qual o melhor método de controle da obesidade naquele momento, se com tratamento clínico, endoscópico ou cirúrgico. A equipe da Unimed é certificada internacionalmente com excelência no cuidado do paciente Bariátrico pela Surgical Review Corporation -SRC, dos EUA. A Unimed também atua em palestras nas empresas e grupos de gestantes onde mostra a importância de se prevenir o ganho de peso.

Índice de Massa Corporal
O Índice de Massa Corporal (IMC) é uma medida utilizada para medir a obesidade adotada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). É o padrão internacional para avaliar o grau de obesidade. Hoje em dia, o IMC é utilizado como forma de comparar a saúde de populações, ou até mesmo definir prescrição de medicações. Os valores de IMC são independentes de idade e sexo. Apesar disso, pode não corresponder ao mesmo grau de gordura em diferentes populações devido às diferentes proporções do corpo. No site https://www.calculoimc.com.br/ você pode calcular o seu Índice online ou aprender como calcular manualmente em casa. Lembre-se que qualquer sinal diferente do normal, buscar por profissionais especializados é o recomendado.

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