No próximo domingo, 27 de agosto, é comemorado, no Brasil, o Dia do Psicólogo. Nesta data, no ano de 1962, o presidente João Goulart sancionou a Lei 4.119, que tornou a psicologia uma profissão. No entanto, foi em janeiro de 1964 que a lei foi regulamentada. Procede ao estudo e análise dos processos intrapessoais e das relações interpessoais, possibilitando a compreensão do comportamento humano individual e de grupo, no âmbito das instituições de várias naturezas, onde quer que se dêem estas relações. Alguma vez você refletiu se os seus pensamentos, ideias e sentimentos estão em harmonia? Sabe a diferença entre saúde mental e doença ou transtorno mental?
Não existe uma definição oficial para o conceito de saúde mental, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Mas, o termo está relacionado à forma como uma pessoa reage às exigências, desafios e mudanças da vida e ao modo como harmoniza suas ideias e emoções. Diariamente, vivenciamos uma série de emoções, boas ou ruins, mas que fazem parte da vida, algumas delas são felicidade, tristeza, raiva, frustração, satisfação e amor. Assim, como lidamos com essas emoções é o que determina como está a qualidade da saúde mental. A OMS enfatiza que a saúde mental é “mais do que apenas a ausência de transtornos mentais ou deficiências”, mas também o cuidado contínuo do bem-estar e da felicidade. Vale lembrar que uma saúde mental comprometida afeta os relacionamentos, a qualidade de vida, as atividades do dia a dia e até a saúde física.
O desequilíbrio emocional facilita o surgimento de doenças mentais. Pode-se dizer que a saúde mental contempla, entre tantos fatores, a capacidade de sensação de bem-estar e harmonia, habilidade em manejar de forma positiva as adversidades e conflitos, o reconhecimento e respeito dos limites e deficiências e satisfação em viver, compartilhar e se relacionar com os outros. Manter a saúde mental, no entanto, não é tão simples quanto parece, principalmente nos dias de hoje. Diversos são os fatores que podem influenciar negativamente a nossa saúde mental, como estresse, brigas, doenças, incapacidades, pouco ou muito dinheiro, entre outros.
Uma grande fonte de sofrimento atualmente é o trabalho. O ser humano dedica grande parte do tempo de suas vidas ao emprego e nem sempre isso é prazeroso ou satisfatório. A alta taxa de desemprego no País, a baixa remuneração, más condições de trabalho, falta de planejamento profissional, entre tantos outros, são questões que levam ao aumento significativo de diversos transtornos. Alguns dos mais comuns transtornos mentais associados ao trabalho são a Síndrome de Burnout, transtorno de estresse pós-traumático, síndrome da fadiga crônica, neurose profissional e síndrome do esgotamento profissional.
O uso da palavra transtorno está relacionado com um conceito mais amplo de diagnóstico. No caso da doença, existem causas, um padrão de sintomas e medidas terapêuticas padronizadas, como as doenças cardíacas. Quando falamos em transtornos, é uma trajetória diagnóstica que varia bastante de pessoa para pessoa, multifatoriais e com diversas formas de tratamento.
Como reconhecer os sinais?
* Afastamento de amigos, família e colegas;
* Muito sono ou insônia;
* Excesso ou ausência de apetite;
* Desesperança;
* Baixa energia;
* Abuso de substâncias, como álcool, drogas ilegais e nicotina;
* Exibição de emoções negativas;
* Confusão mental;
* Incapacidade de realizar tarefas diárias;
* Pensamentos suicidas ou violentos;
* Ouvir vozes e ter delírios.
Como cuidar da sua saúde mental?
A alimentação equilibrada é indicada em qualquer contexto de saúde. Mas ela tem uma relação estreita com a saúde mental. Primeiramente, um cardápio rico e variado em vegetais e alimentos saudáveis é capaz de fornecer nutrientes importantes para o bem-estar. Isso porque ajuda a manter o bom funcionamento do organismo. Isso inclui as funções cerebrais, como memória e cognição, a produção de hormônios relacionados ao humor, ao sono e ao bem-estar, além dos níveis de energia. Pessoas com transtornos mentais, como a depressão, apresentam um estado leve de inflamação crônica. A alimentação saudável pode ajudar a combater esse processo inflamatório, enquanto um cardápio disfuncional pode contribuir para o agravamento. Sendo assim, se você ainda não mantém uma dieta equilibrada, busque a ajuda de um nutricionista.
Faça uma terapia com profissional
É comum que as pessoas pensem que terapia com profissional é algo indicado somente em casos graves de doenças mentais e emocionais, mas isso não é verdade. Você não precisa esperar chegar ao limite para buscar a terapia. O tratamento psicológico dá o suporte necessário para conviver com os medos, aumentar a autoconfiança, lidar com os sentimentos, livrar-se das dependências e criar relações mais saudáveis. Todos esses benefícios se refletem não somente na vida pessoal, como na carreira e nos relacionamentos.
Invista na qualidade do seu sono
Dormir bem é mais importante do que se pode imaginar. É durante o sono que o nosso organismo se regenera e faz as regulagens necessárias. Quem dorme mal pode ter a imunidade baixa por conta da produção ineficiente de anticorpos, inclusive. Quando se fala em saúde mental, vem a importância do sono de qualidade. Não é à toa que algumas pessoas que dormem mal acordam de mau humor, pois essa condição favorece o estresse e prejudica a regulação emocional. A saúde emocional das mães de recém-nascidos é um bom exemplo disso. Vale lembrar que dormir com qualidade se caracteriza por horas seguidas de sono, sem ou pouca interrupção, e um despertar com sensação de energia recarregada. Ou seja, não está exatamente relacionado a muitas horas, mas o suficiente para o descanso merecido e bem-estar.
Saiba escolher com quem se relaciona
O relacionamento tóxico é aquele em que uma pessoa exerce certo poder sobre a outra, que se sente mal, por mais que nem perceba. Esse tipo de situação acaba impactando na saúde mental. Infelizmente, eles são muito comuns e podem acontecer em qualquer relação, como as de trabalho, amizade, afetiva ou entre pais e filhos. Uma relação saudável apresenta diálogo, compreensão, acolhimento e valorização. Ambas as partes do relacionamento têm liberdade de escolha, ou seja, não há sensação de domínio, medo e submissão. Muitas vezes, isso é bem difícil, pois na maioria dos casos são pessoas do convívio e que nutrimos certo afeto ou dependência. Por essa razão, é fundamental buscar ajuda profissional. A psicoterapia dá apoio para desatar as amarras. Além disso, oferece base para entendimento de com quem devemos ou não nos relacionar.
Pratique o amor-próprio
Na correria do dia a dia, muitas vezes, não paramos para nos contemplar. Qual foi a última vez que você parou, enumerou as suas qualidades e se sentiu bem na própria pele? Saiba que esse momento de autocuidado e amor-próprio é muito importante para a saúde mental. Não deixe que opiniões vindas de fora afetem sua autoestima. Se enxergue mais e se dê o devido valor! Se você é do time de pessoas que cuida de todo mundo e se deixa por último, tire um tempinho para se admirar e praticar o amor-próprio.
Tenha um tempo para meditar
A meditação é uma técnica que conduz a mente para o estado de relaxamento por meio de respiração adequada e foco. Dessa maneira, diversos benefícios podem ser aproveitados, principalmente os que envolvem a saúde mental, como redução do estresse e da ansiedade, melhora do sono e potencialização da memória e da atenção.
Segundo pesquisas, a qualidade do ar influencia diretamente as doenças mentais — quanto pior, maior o risco de enfermidades. Nem sempre é possível morar em um lugar com ar puro, mas você pode aproveitar para ir até um local em meio à natureza para meditar e respirar um ar de melhor qualidade.