Nesta semana a região registrou mais um golpe dos nudes. Na prática o crime funciona da seguinte forma: a vítima, homem, recebe uma solicitação de amizade no Facebook (ou através de outras redes sociais), o perfil é de uma jovem. Ele aceita e ambos começam a conversar pelo Messenger ou WhatsApp. A conversa evolui e passam a se comunicar e trocar nudes. Dias depois, a vítima recebe a ligação de um homem que se apresenta como pai da jovem. O sujeito diz que a filha é menor e que irá denunciá-lo por pedofilia.
Desta vez, os estelionatários envolveram imagem e nome de dois delegados para dar ainda mais veracidade ao crime. Um deles é o delegado Marcos Eduardo Pepe, titular da Delegacia de Bom Princípio e responsável também pelos atendimentos ao município de São Vendelino, local onde ocorreu o golpe.
Conforme o delegado, os meliantes criaram um perfil falso com o nome dele e a foto de um colega de profissão, que também atua na região. A falsa identidade criada pelos estelionatários deu mais veracidade as ameaças feitas pelos criminosos. Como saldo da ação, o homem perdeu R$13 mil, valor esse que por pouco não foi maior. “Ele estava tentando fazer um empréstimo de R$22 mil, quando foi alertado por uma funcionária da agência bancária, e procurou um advogado”, conta Pepe.
Diante da suposta intervenção do delegado, a vítima teve receio de denunciar o golpe à Polícia. “Falei pra ele que estamos aqui para proteger a população, não para extorquir ou fazer algum tipo de mal, isso o deixou mais tranquilo”, relata o delegado.
Do dia 1º de janeiro até 18 de fevereiro deste ano – data da última contagem desse tipo de crime informada pela PC – , a 1ª Delegacia de Polícia Regional de Montenegro (DPRI) contabilizou 21 casos do chamado golpe dos nudes. Para a polícia o número é ainda maior, só que muitas vítimas não denunciam o crime. Casos suspeitos devem ser informados através do 197 ou pelo 190 da Brigada Militar.