Corrida e artes marciais crescem entre os brasileiros

Pelas ruas das cidades, é cada vez mais comum a presença de pessoas praticando exercícios físicos, seja através de caminhadas, corrida, ciclismo, entre outras. Segundo o Ministério da Saúde, corridas e artes marciais foram os esportes que mais cresceram na preferência dos brasileiros, sendo que o número de praticantes dobrou nos últimos 11 anos. Conforme a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2017, entre os anos de 2006 e 2017, a prática das duas modalidades aumentaram 194% e 109%, respectivamente.

Por outro lado, o futebol vem perdendo espaço na escolha de práticas de exercícios físicos pela maioria da população das capitais brasileiras. A procura por uma das “paixões nacionais” caiu quase pela metade, 43,5%, no mesmo período. “A atividade física é muito importante para contribuir para a adoção de um estilo de vida saudável, que evitaria 39% das mortes por doença crônica, que responde por 76% das causas de morte no Brasil. Além disso, a promoção da saúde é uma política com baixo custo e com grande impacto populacional”, ressalta a Diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Fátima Marinho.

Mesmo com a queda, a prática de “bater uma bolinha” foi um dos três esportes mais realizados pelos brasileiros em 2017. Conforme o levantamento, 11,7% da população jogou futebol nas capitais do país. A prática só perdeu para a caminhada, que foi realizada por 33,6% e a musculação (17,7%). Já as artes marciais e lutas, que foram as modalidades onde as buscas mais crescerem, foram a preferência de 2,3% do público.

Estudos do Ministério da Saúde já apontaram os benefícios de se praticar exercícios físicos para a prevenção de doenças, como o câncer. Dados recentes apontaram que a realização diária de 30 minutos de caminhada, por exemplo, reduziria em 12% as mortes por câncer de mama. Além da prevenção, a caminhada, lutas e outras modalidades esportivas melhoram o condicionamento físico, auxiliam o controle de peso, alivia o estresse, melhora a qualidade do sono, entre outros benefícios que podem ser observados.

Foi buscando qualidade de vida que o casal Luiz Henrique Pantaleão, 57, e Márcia Azevedo, 47, encontraram no ciclismo uma verdadeira paixão. Os dois são de Porto Alegre, e sempre que podem se jogam nas estradas do Rio Grande do Sul acompanhados de suas bicicletas. Desta vez, Montenegro fez parte do trajeto dos ciclistas que estavam indo em direção às cachoeiras de Maratá. “Pedalar é um estilo de vida. Por onde passamos, construímos laços e amizades que vão se somando ao longo dos percursos, isso é muito prazeroso. Além disso, as paisagens e os lugares que vamos descobrimos tornam tudo mais especial”, disse Márcia, que sempre foi adepta de esportes.

No Parque Centenário, a facilitadora de qualidade Juliana Appel, 30, pratica caminhadas diariamente com objetivo de melhorar a qualidade de vida e manter o corpo em forma. “Comecei não faz muito tempo, mas tenho notado que existe uma procura maior da população pelas atividades física, seja em academias ou ao ar livre”, conta Juliana, que pretende progredir com os exercícios para a corridas. “Vai depender da minha resistência, mas esses são os planos”, conclui.

No Vigitel, o nível de atividade física dos adultos pode ser avaliado em quatro domínios: no tempo livre (lazer), na atividade ocupacional, no deslocamento e no âmbito das atividades domésticas. São considerados ativos, adultos que praticam atividades físicas por pelo menos 150 minutos de exercícios de intensidade moderada por semana ou pelo menos 75 minutos semanais de atividade física de intensidade vigorosa. Caminhada, caminhada em esteira, musculação, hidroginástica, ginástica em geral, natação, artes marciais e luta, ciclismo e voleibol/futevôlei e dança foram classificados como práticas de intensidade moderada; corrida, corrida em esteira, ginástica aeróbica, futebol/futsal, basquetebol e tênis são práticas de intensidade vigorosa.

Homens são mais ativos que as mulheres
Segundo a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2017), 37% da população das capitais brasileiras realizam o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – a prática de exercício físico de pelo menos 150 minutos por semana. O número cresceu 24,1%, entre os anos de 2006 e 2017. Os homens (43,4%) continuam se exercitando mais do que as mulheres (31,5%).

A faixa de 18 a 24 anos é a mais ativa, 49,1% da população tem o esporte inserido no cotidiano, seguidos pelos de 25 a 34 anos (44,2%). Além disso, 47% dos brasileiros que praticam atividade física possuem 12 anos ou mais de escolaridade, en

O casal de ciclistas Henrique Pantaleão e Márcia Azevedo fala da paixão pelo ciclismo

quanto 23,3% têm de 0 a 8 anos. “A parcela de pessoas que estão aderindo à prática dos esportes é visível, porém, é necessária uma contrapartida do poder público investindo e incentivando a população, como por exemplo, melhorando as condições das vias”, disse o ciclista Luiz Henrique Pantaleão. “Outra questão importante é o uso correto das vias, tanto para os motoristas quanto para os ciclistas. É preciso cuidado”, completa ele.

Atividades físicas exigem cuidados no verão
A prática de exercícios físicos durante o Verão pode ser prazerosa, porém, o calor excessivo da estação exige alguns cuidados especiais por parte da população. As altas temperaturas requerem mais do sistema de refrigeração corporal, acarretando uma diminuição do plasma sanguíneo. Com isso, a diminuição compromete o sistema cardiovascular, além de provocar transtornos como câimbras, tontura e desmaios.

De acordo com Educador Físico da Universidade Univeritas/Ung Edison Tresca, é essencial que o esportista seja orientado por um profissional registrado no Conselho Regional de Educação Física, dessa forma, ele saberá exatamente quais os exercícios mais adequados às suas necessidades e objetivos, e a melhor forma de desenvolver um programa de condicionamento.

“Devem-se utilizar sempre roupas e calçados leves e confortáveis, manter o ambiente arejado e, quando necessário, ventilado. Em atividades realizadas ao ar livre, mesmo que você esteja habituado a uma prática regular de atividades físicas, procure reduzir a exigência dos exercícios em cerca de 20%. Evite exercitar-se em temperaturas superiores a 29 graus e em dias com umidade relativa do ar abaixo de 50%”, orienta Tresca.

Ainda, conforme o professor, é essencial procurar exercitar-se nos períodos mais frescos do dia, como início da manhã e finalzinho da tarde, ou à noite. Além disso, é importante ingerir bastante líquido em pequenas porções ao longo do dia a cada 40 ou 60 minutos. Em dias quentes, a perda de água do organismo, pela transpiração, é mais intensa, podendo desidratá-lo muito rapidamente. Ingerir preferencialmente água fresca, evitando bebidas industrializadas, que normalmente contêm muito sódio como conservantes é o mais indicado.

Com o calor excessivo, é importante ingerir bastante líquido em pequenas porções ao longo do dia a cada 40 ou 60 minutos

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