A Cooperativa Estação Reciclar “dá aula” na Delfina! Assim pode se resumir a interação dos catadores do bairro Estação, em Montenegro, com os alunos do noturno na Escola Estadual Delfina Dias Ferraz (Centro). A palestra nesta quarta-feira, dia 7, foi a respeito da forma de separar corretamente o lixo doméstico, mas também da crescente importância de reciclar parte do lixo que a população produz. Outro aspecto relevante é a geração de emprego e renda que este nicho representa, especialmente as camadas mais pobres da população.
A vice-diretora Cristina Schenkel Moreira explica que a proposta da Reciclar chegou em boa hora, pois coaduna com os projetos científicos ambientais que vem sendo desenvolvidas pelas turmas do Fundamental. Os trabalhos atendem ao tema transversal proposto pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc), Projeto Mostra Científica das Escolas das Escolas da Rede Estadual.
O educandário ficou sabendo das palestras promovidas quando a presidente da Cooperativa, Maria Janete Bernardes Francisco, levou o colega Ismael Rodrigues da Silva para se matricular na Educação de Jovens e Adultos (EJA) do segundo semestre. O jovem que integra a cooperativa de recicladores é um exemplo das portas que estão sendo abertas graças ao trabalho realizado no bairro Estação.
Ele é egresso de uma mentoria profissional promovida pela parceira John Deere Montenegro com jovens até 18 anos, precisando sair ao ultrapassar a maior idade. A opção por retomar os estudos foi apoiada pelos cooperativados. Maria Janete explica que a empresa buscou um grupo pequeno para orientar ao mercado de trabalho, e na comunidade priorizou filhos de catadores associados.
A Cooperativa Estação Reciclar “dá aula” na Delfina, baseado na expertise de verdadeiros recicladores. As palestras, iniciadas pelo educandário de séries iniciais do próprio bairro, a Escola Municipal Ana Beatriz Lemos, têm três intuitos primordiais: difundir a consciência ambiental da reciclagem; divulgar o projeto “porta a porta” na qual os recicladores cooperativados coletam à domicílio e, sobretudo, dar visibilidade à Cooperativa que se estrutura no Estação e os profissionais que a compõe. “A gente precisa ter responsabilidade com a reciclagem; mas também com essas pessoas”, ressalta a voluntária, ligada à Pastoral da Criança. (matéria completa na edição impressa do Ibiá, 13 de maio)