A formatura do 1º Curso de Empreendedorismo e Desenvolvimento para a Juventude Rural na manhã da quinta-feira, dia 19, na marcou um fim. A cerimônia, no Centro de Treinamento de Montenegro (Cetam), é o marco dos novos caminhos que os 16 rapazes e moças passam a trilha. E seu alicerce será no conhecimento trazido pelos 30 profissionais da Emater/RS-Ascar, que duram seis módulos – de três dias cada – sugeriram mesclar antigas e novas técnicas rurais com empreendedorismo tecnológico.
O diretor administrativo da Emater, Vanderlan Vasconselos, declarou que o êxodo rural ainda é uma perturbação muito presente, e sintetizou o objetivo do curso em “despertar otimismo” nos jovens. A ansiedade é por garantir a agricultura de pequeno e médio porte na base econômica do Brasil através da sucessão familiar na terra. E, apesar de ainda serem cidadãos do interior, os alunos, de sete cidades, chegaram a Montenegro com incerteza quanto a vantagem de ficar lá.
Mas no dia da formatura, a única montenegrina no curso, Laura Carolina Santos de Mello, deixa crer que essa perspectiva foi alterada. Moradora da Fortaleza e com 18 anos, diz que considerava ficar na propriedade da família, embora com o coração balançado pela ideia de trabalhar no comércio da cidade.
“Me abriu mais a mente para ficar na propriedade”, referi-se ao curso. Dos sonhos antigos manterá vivo o cursar faculdade, paralelo com o projeto de agroindústria de laticínios associada à avó Loeci Santos da Silva. “Tem gente que passa muito trabalho, outros nem tanto. Mas a vida no campo sempre é difícil”, afirmou. Laura aponta especialmente a falta de incentivo das autoridades. Mas entendeu também que o futuro pede diálogo entre pais e filhos.
Sonho ao lado da avó e da mãe
“Na verdade, ela não demonstrava nenhum interesse em continuar na propriedade, mas também não demonstrava o que queria fazer”, definiu a mãe Graciela Santos da Silva, 37. Ela observa que é uma fase típica da adolescência, quando decisões precisam ser tomadas sem experiências. “Mas com o curso parece que deu uma nova visão para ela a respeito do campo, que é possível ter renda e acesso aquilo que a cidade oferece”.
Graci revelou expectativa com o projeto no setor de gado leiteiro. “Até porque a avó precisa de mão-de-obra também. Laticínio dá bastante trabalho, tem a questão toda de tirar o leite, tratar a vaca. Até chegar ao produto final é bastante trabalhoso”, salienta. A mãe inclusive se empolga ao falar de uma parceira da menina no Grupo Planta Nativa, sítio da família voltado a produção orgânica que integra a Rota Turística Fortaleza.