Esta vai ser uma eleição fácil. Gustavo Zanatta não tem adversário, embora o neotucano Paulo Azeredo esteja em campanha. A candidatura de Azeredo foi indeferida em duas instâncias em razão da pena imposta pelo impeachment de 2015, e o que lhe restou é chamado de “jus sperniandi”, aquele inafastável direito de espernear até o fim, conforme o famoso chiste jurídico. Recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral é a forma de se manter em campanha e ter o nome na urna no dia seis de outubro.
Mas, este não é o único nem principal motivo pelo qual a eleição do próximo domingo será fácil, extremamente fácil para você, e eu e todo mundo saber o resultado.
A oposição ao governo Zanatta é mais incompetente ao se organizar do que em se manifestar em redes sociais. Acreditou piamente que a candidatura de Azeredo seria homologada e gastaram suas fichas em uma coligação mais fraca do que as acusações que faz ao governo. Não conseguiu apresentar um segundo nome que pudesse fazer frente ao atual mandatário, acreditando que as eleições de que Azeredo participou nos últimos dois pleitos tivessem lhe devolvido o direito que o impeachment lhe cassara. Em verdade, o ex-prefeito não poderia ter concorrido e, menos, ser eleito vereador. Por incompatibilidade egóica, o PT não aceitou se coligar. E não apresentou candidato majoritário. Com oposição deste naipe, o governo Zanatta amarrou o burro à sombra.
Durante todos os quatro anos de mandato, o PTB, então partido de Zanatta, monitorou a aceitação do governo e do próprio prefeito em pesquisas qualitativas, pagas pelas vaquinhas e jantares que faziam os partidários e comissionados em geral. A avaliação do governo como um todo, e de Zanatta em especial, sempre demonstrou aprovação por parte do eleitorado, girando em torno de 60 por cento. A aprovação do prefeito era maior do que a do governo, e a rejeição a menor entre possíveis outros candidatos.
Ao contrário da oposição que procura buracos pelas ruas, especialmente depois das duas maiores enchentes da história recente, a população via mais acertos do que erros por parte da Administração. Não que não tenha havido erros – os de avaliação, muitas vezes – porém, não se pode negar que os avanços foram muitos nos últimos anos. Talvez, intimamente, foi o que viu o PT para não se arriscar em chapas que mais poderiam lhe atrapalhar do que ajudar; concorre com boa nominata de vereadores, vez que a Câmara foi menos cuidadosa em não se envolver em controvérsias do que o Executivo, e tem o flanco mais vulnerável por onde ser atacada em busca de votos.
Azeredo fará votos, mas insuficientes para embaçar a vitória de Zanatta. Depois, o TSE se encarregará de os invalidar, se julgar improcedente o recurso impetrado pela defesa do vereador e ex-prefeito.
Está fácil esta eleição. Zanatta se reelegerá com a inestimável ajuda da oposição.