Quem gosta de brigadeiro com morango? Queijo com goiabada? Cuca com linguiça? Açaí com leite em pó? Sabe aquelas misturas mágicas que fazemos e sempre dá certo? Não há outra forma de descrever Nelly Corrêa e Catia Motta. A dupla de sucesso mais maravilhosa que já vi brilhar. Realizamos o primeiro encontro Mulheres no Poder, que faz parte do nosso projeto de empreendedorismo feminino com foco em mulheres negras. Recebemos duas personalidades para falar sobre empreendedorismo, marketing, vendas, prevenção de câncer de mama e o papel da espiritualidade. Ouvir mulheres reais demonstrar tanta potência faz com que acreditemos, cada vez mais, que estamos no caminho certo. E os questionadores, questionarão: Você não gosta de palestras comuns?
O que as mulheres pretas, tem para contar a mais que outras? Agora tu só quer ouvir palestrantes pretos? Então… deixa eu te contar uma história! Um dos grandes debates que venho travando na cidade e em outros espaços é o pouco número de formadores e palestrantes negros.
Tenho repetido que “ a comunidade negra tem muito a contribuir, muito conteúdo e pode trazer experiências potentes para todos nós.” Entendo que devido a nossa visão eurocêntrica, a qual eu fui educada, por diversas vezes não se dá o devido valor a contribuição do povo preto. Eu fui educada com livros e professores eurocêntricos e sobrevivi, então dar aceso aos professores e livros pretos também vai contiribuir com nossa formação antirracista.
Diferente do que, algumas pessoas querem difundir , não estamos querendo discriminar “pessoas brancas”, mas sim ampliar a participação da comunidade negra, aumentar a diversidade e trazer pontos de vista à luz da pauta antirracista. Falar sobre Black money, é a forma que cada uma de nós pode participar desse processo de reparação histórica. Falar sobre câncer de mama em mulheres negras é alertar para os dados alarmantes, que tornam o diagnóstico em estatísticas ruins. Todos que se fizeram presentes, independentes de cor, credo, origem, ancestralidade, concordam que precisamos entender a história para não repetir os erros.
Que ouvir o relato honesto e corajoso destas duas mulheres negras que estão fazendo sua parte, se dedicando a outras pessoas, treinando e desenvolvendo o seu meio me fez sentir a leveza da responsabilidade. Me fez entender o quanto podemos avançar e o quanto ainda temos a aprender. Agradeço todos os dias por ter nascido preta, por ser ACB Floresta Montenegrina e por ter sido criada para ser uma mulher valente. Eu não ajudo pessoas, eu treino, desenvolvo e apoio sempre que necessário. Ubuntu.