Os cabelos costumam ser sinônimo de beleza e autoestima. Em casos de diagnóstico de câncer, porém, a realização de quimioterapia tem efeitos colaterais na raiz dos fios (folículos pilosos), levando frequentemente à queda dos cabelos, uma preocupação especial entre as mulheres. Uma técnica que recentemente tem sido difundida no mundo, a Crioterapia Capilar, foi adotada pelo Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, e pode evitar que pacientes percam o cabelo.
O hospital adquiriu o Paxman Scalp Cooler, um sistema que, através do resfriamento do couro cabeludo reduz a queda de cabelo em pacientes submetidos a medicamentos quimioterápicos. O equipamento é composto por uma unidade de refrigeração móvel e compacta, onde circula um líquido especial que atinge -4ºC. A utilização de uma touca de silicone em conjunto com a máquina mantém o couro cabeludo resfriado 30 minutos antes, durante e 90 minutos após a quimioterapia.
Conforme a oncologista Daniela Dornelles Rosa, através da constrição de vasos sanguíneos que chegam ao couro cabeludo é reduzida a quantidade de quimioterapia que atinge a raiz dos fios. Dessa forma, a chance de perda de cabelos é menor. “O resultado tem um efeito positivo na forma como a família e as pessoas ao redor tratam os pacientes, sem o sentimento de pena pela perda dos cabelos, o que impacta no emocional delas mediante a situação que já é delicada”, ressalta a oncologista, lembrando que a touca é específica para o couro cabeludo. Por isso, sobrancelhas, cílios e outros pelos do corpo podem cair durante a quimioterapia.
É importante salientar, porém, que as toucas hipotérmicas não funcionam para todas as pessoas. A efetividade varia de 50% a 65%, com resultados melhores de acordo com o tipo de quimioterapia recebida.