Quem tem a trissomia do cromossomo 21 não é doente, é especial. E precisa de alguns cuidados extras. Ainda mais no momento em que vivemos. Essa condição está ligada a problemas no coração que podem piorar com a Covid-19. O Dia Internacional da Síndrome de Down foi comemorado no último sábado, 21, em meio a pandemia mundial do novo coronavírus. Uma das características da Síndrome de Down é a malformação cardíaca,e esse problema cria dificuldades para bombear o sangue. Por terem problemas cardíacos que pessoas com Síndrome de Down estão no grupo de risco do coronavírus.
No seu facebook a Federação Brasileira da Associações de Síndrome de Down (FBASD) declarou que não é porque uma pessoa tem essa condição que ela será mais vulnerável a Covid-19. “Há entre essas pessoas um grupo de risco que compreende as que apresentam sequelas graves, principalmente com restrições respiratórias, dificuldades na comunicação e cuidados pessoais, aquelas com condições autoimunes, as pessoas idosas (acima de 60 anos), as que apresentam doenças associadas como diabetes, hipertensão arterial, doenças do coração, pulmão e rim, doenças neurológicas e aquelas em tratamento de câncer”.
A recomendação é que pessoas com síndrome de Down tenham um cuidado dobrado com a higiene, assim como aqueles que mantêm contato com elas. Para isso basta seguir as orientações do Ministério da Saúde de lavar as mãos sempre com água e sabão, higienizar com álcool gel, higienizar objetos, manter distância de outras pessoas, evitar aglomerações, dentre outras.
Não é uma doença
Caracterizada por um cromossomo extra, a síndrome de Down não é uma doença. “É uma condição inerente à pessoa e não uma doença, portanto, não se deve falar em tratamento ou cura”, explica a fonoaudióloga da APAE de Montenegro, Cristine Kuser. Segundo a fonoaudióloga e a fisioterapeuta, Sílvia Barcelos, não há relação entre as características físicas e um maior ou menor comprometimento intelectual. “O desenvolvimento dos indivíduos esta intimamente relacionado aos estímulos e aos incentivos que recebem, sobre tudo nos primeiro anos de vida, como qualquer pessoa”, comenta.
A notícia pode ser impactante para qualquer família, mas o apoio e incentivo deste grupo é mais do que essencial para o desenvolvimento da criança. Para a mãe das gêmeas Catarina e Antonella, Josi Vargas, escutar, logo após o parto, que um de seus bebês tinha Down foi um baque, que logo passou. “Dois dias da alta da Antonella, eu estava na neonatal com a Catarina e a médica sentou do meu lado e perguntou se eu achava as manas parecidas, então respondi que em algumas coisas sim, porque até então eu não tinha desconfiado de nada, foi aí que eu escutei pela primeira vez que havia uma suspeita dela ter Síndrome de Down”, conta.
O que ela menos imaginava é que esta seria a melhor coisa que lhe poderia ter acontecido. “Se eu voltasse no tempo e pudesse escolher, nós iríamos escolher a Catarina do jeitinho que ela é, com Síndrome de Down”, fala Josi.