Nesse sábado, 7, é lembrado o Dia Mundial da Saúde. Mais do que uma data festiva ou comemorativa, trata-se de uma campanha idealizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para promover a discussão de temas da área. Em 2018, o tema é “Saúde Para Todos”, algo que em cenário nacional convida a olharmos ao Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro, um dos maiores do mundo em número de atendimentos. Convidamos profissionais da área e gestores de saúde a abordarem o tema e concluímos que Saúde Para Todos é muito mais do que isso.
A professora do curso de Educação Física da Ulbra, com doutorado em Saúde Pública Lidiane Feldmann, cita que Saúde Para Todos vem ao encontro de uma mudança mundial de pensamento em saúde. É ver a saúde não mais como tratar doença, mas, também, promover ações para que as pessoas se mantenham saudáveis. O que também é observado nas medidas nacionais, considerando que o SUS lançou uma cartilha que cita medidas nessa linha. Lá aparecem questões como alimentação saudável, mais natural e com menor consumo de industrializados, além de se evitar o sedentarismo.
“E esse tipo de informação tem de chegar a todos. Há estudos que mostram que em famílias de menor renda, há menor consumo de alimentos saudáveis e maior de industrializados. Entre uma fruta ou um biscoito, que é mais barato, se alimentam do biscoito. Se formos falar de um alimento orgânico essa diferença é ainda maior”, comenta a especialista em saúde coletiva, que valoriza envolvimento de diversas áreas na promoção da saúde.
Pensar a saúde é algo abrangente, inclui o bem-estar físico, mental e social. Isso significa avaliar a necessidade de uma internação, por exemplo, considerando o valor do acolhimento familiar. “É a saúde cada vez mais humanizada, que valoriza o bem-estar”, diz Lidiane, destacando que, obviamente, cada caso tem a sua avaliação. Já o médico geriatra Paulo Consoni, também professor da Ulbra, lembra que a velhice exige muito em termos de saúde, tanto em atenção quanto em recursos públicos. E como minimizar isso? Investindo na saúde desde a infância para que se chegue bem à velhice. Isso extrapola os limites de postos de saúde e hospitais, alcançando políticas públicas de educação e saneamento básico, entre outras.
“São coisas simples, muitas vezes. Vacinação, por exemplo. Não pode faltar vacina! Educação de qualidade. Quem recebe informação tem mais oportunidade de se tratar de uma doença crônica. Ter esgoto, água tratada. São exemplos de políticas públicas que se revertem em saúde”, destaca o médico. De outra mudança recente vista na área de saúde brasileira, a entrada de tratamentos não convencionais, Consoni defende a necessidade de comprovação científica. “Não podemos submeter um indivíduo a algo que não tem efeito. Acupuntura, por exemplo, é algo comprovado, científico. Já a homeopatia é algo que tem centenas de anos, mas não é científico”, diz Paulo Consoni.
Ações realizadas em Montenegro
A secretária Municipal de Saúde Ana Maria Rodrigues, destaca que a pasta, juntamente com o Núcleo Municipal de Educação em Saúde Coletiva (Numesc) desenvolve ações durante o ano todo. Ela chama a atenção para a Feira de Saúde, evento anual, que em 2018 ocorrerá em 4 de maio, na semana de aniversário do município, na praça Rui Barbosa.
“Nosso objetivo é trabalhar um evento de saúde com oferta de serviços e informações, ou seja, onde trazemos à população demonstrações, apresentações e orientações dos serviços prestados e disponibilizados aos usuários da rede de saúde do município”, diz Ana Maria. São montadas bancas com trabalhos da atenção básica em todos os seus segmentos, além de participantes convidados.
“Desta forma conseguimos expor para a população em geral o que a saúde de Montenegro tem feito para ofertar aos seus munícipes, através de uma grande e ampla rede de profissionais empenhados em ofertar o melhor possível”, defende a secretária de Saúde. Além da feira, há todo um calendário de atividades que inclui campanha de vacinação e temas a serem desenvolvidos no decorrer do ano como saúde mental, outubro rosa (saúde da mulher), novembro azul (saúde do homem), dezembro vermelho (doenças sexualmente transmissíveis, semana de prevenção ao infarto e semana municipal de combate ao aedes aegypti.