Pode ser atleta de final de semana ou medalhista olímpico. Correr por prazer, frequentar a academia por necessidade ou jogar por algum clube. Quem pratica alguma atividade física está sujeito a ter uma lesão. Os locais mais atingidos pelas lesões dos esportes em geral são: joelhos, ombros, coluna lombar, tornozelos e pés. Dependendo da sua modalidade, diferentes partes do corpo podem ficar mais expostas. A boa notícia é que há como reduzir as chances disso lhe acontecer.
A educadora física e nutricionista Raíssa Joner destaca que, quando se pratica um exercício ou esporte, você se expõe constantemente, porém, é possível prevenir as lesões. Isso é feito realizando reforço muscular, aquecimento articular e exercícios técnicos específicos ao seu esporte. A temperatura do ambiente também pode interferir o desempenho e facilitar para as lesões. “Em dias mais frios é necessário aquecer bem o corpo e as articulações, realizar alongamentos e, assim, evitar contraturas e distensões”, destaca Raíssa.
O tipo de esporte também interfere, mesmo que nenhum seja completamente isento de risco. “Os esportes coletivos de contato tendem a ser mais propícios às lesões, porém os esportes individuais como natação, corrida, musculação, remo, entre outros, também pode ocasionar lesões”, completa Raíssa. Tudo vai depender de como o atleta – profissional ou de final de semana – realiza sua atividade. “Depende da intensidade de treinamento, repouso, alimentação, do acompanhamento e orientação de um profissional e principalmente da sua individualidade biológica”, orienta a especialista.
A genética, fator totalmente individual, faz com que, mesmo seguindo todos os cuidados, seja possível uma lesão. É isso que explica que atletas de ponta, que recebem todo o acompanhamento de médicos, educadores físicos e fisioterapeutas, mesmo assim, se lesionem. “Ainda assim, existe a possibilidade de um dia na sua vida você se lesionar, faz parte, somos uma máquina e também precisamos de reparos”, destaca. Neste caso, procure um profissional adequado e repouse, respeitando a necessidade do corpo em fazer uma parada.
A nutrição tem seu papel nisso. Com uma alimentação saudável, rica em proteínas de alto valor biológico, vitaminas e minerais e uma ingestão diária, além de adequada ingestão de água, o corpo se fortalece e há menos chance de uma lesão esportiva.
Crossfit é uma modalidade que aumenta o risco de lesão
Por ser uma modalidade que trabalha com alta intensidade e movimentos complexos, o crossfit – que está em alta nas academias – oferece mais risco para lesões, em relação às modalidades convencionais. O crossfit é uma modalidade esportiva que utiliza exercícios baseados na ginástica, levantamento de peso, remo e treinos funcionais. Sua origem é de meados dos anos 90, na Califórnia, quando um ex-ginasta chamado Greg Glassman começou a desenvolver um novo método de treinamento, em alta intensidade, que contemplasse várias habilidades, diferentes dos exercícios convencionais.
Ainda são poucos os estudos que analisaram questões relacionadas à ocorrência de lesões em praticantes dessa modalidade. Porém, Raíssa Joner cita três estudos que investigaram praticantes americanos (Haket al, 2013; Weisenthal et al, 2014; Summitt et al, 2016), e um estudo com praticantes brasileiros publicado em 2016 (Sprey et al, 2016).
“A análise dos resultados nos mostram que os valores referentes ao índice de lesões variaram de 73,5% desde o início da prática a 19,4% nos 6 meses prévios do estudo. E os exercícios mais relacionados às lesões são os com levantamentos de peso/olímpicos e os movimentos ginásticos”, diz a educadora física, embasa nos estudos nacional e internacionais. Os locais com maior probabilidade para as lesões nessa modalidade são a articulação do ombro e coluna vertebral. Os estudos mostram, ainda, que a realização de um período preparatório específico para iniciantes, assim como uma maior supervisão e correção dos treinadores, apresenta potencial para redução das lesões.