Só quem já sofreu de pedras nos rins, também chamada de cálculo renal, consegue entender o quanto é doloroso. Comparável à dor do parto, esse mal-estar leva muitas pessoas à emergência médica. Principalmente homens e, sobretudo, no período de calor. Cerca de 12% dos homens terão pelo menos uma crise no decorrer da vida. Já entre as mulheres, a estatística cai para 5%. A faixa etária dos 40 aos 60 anos é com maior ocorrência da doença.
O urologista Isachiel Kautz explica que essas pedrinhas se formam por cristais gerados pelo acúmulo de algumas substâncias no organismo e que vão se agregando uns aos outros. E isso ocorre com todas as pessoas, sem causar problemas à maioria delas. Esses cristais vão sendo expelidos pela urina e, de tão pequenos, não são percebidos. “O problema é quando vão se juntando e criando pedras maiores, que ficam presas no canal da urina”, diz Kautz.
O surgimento do cálculo renal está ligado a uma série de fatores, ambientais e genéticos. A pouca ingestão de água e a alimentação rica em sal colaboram para o surgimento de pedras nos rins. A existência de problemas metabólicos também. Já a prática de exercícios físicos é considerada uma forma de prevenção. A ingestão de suco de laranja e limão também ajuda a evitar o problema. “Um citrato presente nessas frutas impede que esses cristais se agreguem, formando as pedras maiores”, explica o especialista. Porém, mesmo com todos os cuidados, caso a pessoa tenha uma tendência hereditária, poderá vir a sofrer disso.
O diagnóstico ocorre por exames de imagem, raio-X e, principalmente, tomografia. E, após confirmado o problema, abre-se uma longa lista de possibilidades de tratamento. São utilizados medicamentos e, quando é necessário fazer cirurgia, atualmente ela é realizada a laser. Para definir o tratamento, o médico considera localização, tamanho e densidade da pedra. “Quando a pedra está dentro do rim, é assintomático. Mesmo que ela seja uma pedra grande, o paciente não vai sentir nada. Mas quando ela se desloca para passar pelo canal, aí sim esse descolamento gerará uma dor insuportável”, diz o urologista.
Mais casos no verão?
É provável que você conheça alguém que teve uma crise de cólica renal no verão. Ela costuma mesmo gerar mais crises na época de calor. E isso se explica na falta de hidratação. Se a ingestão de água for adequada, as chances de uma crise são reduzidas, mesmo com uma tendência genética. E, na estação mais quente do ano, o consumo de água deve ser elevado.
E uma má notícia para quem já sofreu do problema é que ele tende a se repetir. A chance de quem já teve uma crise de cólica renal ter uma nova ocorrência em cinco anos é de 40%, já em 20 anos ela é de 70%. Por isso, se você já teve de se tratar por pedra nos rins, redobre os cuidados e intensifique o consumo de água.
Causas das pedras nos rins
– Pouca ingestão de líquidos;
– Alimentação inadequada e rica em sal;
– Fatores genéticos.