Indicada para dores ortopédicas e osteoculares como cervical, lombar, nas costas, quadris, joelhos. Também para desconforto na articulação temporomandibular, área da mastigação. A osteopatia é uma técnica utilizada sem o tratamento médico e medicamentoso. A técnica acredita na capacidade do corpo de se autocurar. O atendimento é baseado em técnicas manuais de mobilização para recuperar o movimento.
Antes de iniciar as sessões propriamente ditas, é realizada avaliação minuciosa, onde é avaliado o histórico de saúde do paciente. “A partir daí, buscamos a causa do problema. Ao longo da vida, passamos por diversos processos, seja uma cirurgia, uma doença, um trauma, um acidente automobilístico. E o corpo vai lutar para vencer isso, nesse processo de adaptação, ocorre o que chamamos de disfunção em algumas estruturas, sejam órgãos, músculos. Essa estrutura fica com pouco movimento e isso gera compensações”, destaca o fisioterapeuta com pós-graduação na área pelo Colégio Brasileiro de Osteopatia (CBO), Marcelo de Oliveira Fagundes.
O profissional ressalta, ainda, o fato de outras estruturas relacionadas, neurologicamente ou biomecanicamente, também serem afetadas por isso, gerando uma cadeia de eventos no corpo. “Chega a um ponto em que o corpo não consegue se adaptar, causando dor. O papel do osteopata é encontrar a origem deste problema, desta cadeia, e com a mão, com técnicas específicas, recuperar esta estrutura que não está funcionando adequadamente”, ensina.
O número de sessões varia de acordo com o perfil de cada pessoa. O metabolismo, a causa do problema, a forma como o paciente responde ao tratamento influenciam. Mas, em média, leva de três a seis encontros. Às vezes, pessoas têm o mesmo problema, mas causados por fatores distintos. Isso pode fazer o tempo do tratamento ser diferente.
Visando o melhor resultado possível, é fundamental o contato frequente com o paciente para avaliar se são necessários outros encontros. “É importante ser um acompanhamento bem próximo, porque cada corpo responde de uma forma. Não tem como protocolar o número de atendimentos”, salienta.
Outro ponto importante é o do atendimento médico não substituir o osteopático e vice-versa. Em casos específicos, podem haver a ação conjunta entre as duas ciências. “O osteopata, por ser fisioterapeuta, acredita muito na capacidade de autocura do corpo. Através das nossas técnicas, acreditamos que o corpo reaja e se cure sem intervenção medicamentosa”, reforça.
Maria Ercília Pereira, 58 anos, convive com fortes dores na região cervical. Desde 2004, está em tratamento e aguarda cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital Universitário de Canoas. O problema é causado, principalmente, por estenose e artrose. Mas também sofre com discopatia degenerativa e duas hérnias.
Como não conseguiu se livrar do incômodo, precisou se aposentar. Trabalhava como costureira no comércio de confecções e ainda tentou trocar de atividade, mas não deu certo e precisou parar em 2007. Na semana passada, realizou a segunda sessão com Marcelo, após a primeira avaliação, na anterior e já sentiu sensíveis melhoras desde o encontro inicial. “Já fiz quiropraxia, massagem, pilates, fisioterapia. Agora, vou tentar a osteopatia, até conseguir a cirurgia”, frisa. Ela destaca o fato de os outros métodos terem dado resultado, principalmente, a quiropraxia.
Aline Cabral Wovst, 47, é aderiu à osteopatia, após indicação de sua massagista e de um fisioterapeuta. “Tenho uma lesão na coluna e seguido sentia fortes dores lombares. Muitas vezes, até travava a lombar. Desde a primeira sessão, senti melhora. Vários movimentos já não fazia com facilidade, sempre com dor. Com as sessões melhorei, sem falar na sensação de relaxamento que o atendimento proporciona, não só especificamente nas dores tratadas, mas no todo”, aprova.
Método possui três dvisões
Estrutural
É relacionada às disfunções músculo-esqueléticas, atuando com foco no restabelecimento/manutenção da mobilidade tecidual (articulações, músculos, ligamentos etc).
Craniana
Um discípulo do criador da osteopatia criador da técnica, o médico americano Andrew Taylor Still, William Sutherland, foi o descobridor da existência de um micromovimento rítmico dos ossos cranianos relacionado com tensões das meninges e a produção/absorção do líquido cérebro-espinhal. As disfunções deste sistema podem repercutir principalmente sobre o sistema nervoso autônomo, nervos cranianos e vascularização craniana.
ViscerAL
No final do século XIX, o sueco Thure Brandt criou um método manual para tratar as disfunções de mobilidade visceral. O tratamento está direcionado ao bom funcionamento do corpo relacionando vísceras, sistema nervoso e sistema estrutural.
Trata-se de técnicas de manipulações aplicadas diretamente sobre as vísceras e fascias circundantes, e/ou estimulação reflexa do sistema nervoso autônomo no intuito de melhorar a vascularização, suprimir arcos reflexos nociceptivos e desequilíbrios neurovegetativos, diminuir espasmos da musculatura lisa e aderências fasciais (lâmina de tecido fibroso na qual se fixam alguns músculos).
Origem do termo
A palavra osteopatia vem do grego osteon (osso) e pathos (efeitos que vem do interior), portanto significa “os efeitos internos originários da estrutura”. Still acreditava que as enfermidades, suas causas e tratamentos advêm de desequilíbrios internos que repercutem sobre o corpo, impedindo a comunicação livre entre o sistema nervoso central e todos os outros tecidos.
Técnica não é massagem
Por usar muito as mãos, algumas pessoas podem confundir, inicialmente, com massagem. Mas, quando recebem o atendimento percebem que é bem diferente. São mobilizações específicas, não utiliza creme, não utiliza tantos deslizamentos quanto na massagem. Também conta mobilizações de ossos mais profundas, como os do crânio, em alguns casos. “Massoterapia é muito boa para a musculatura e liberação das fibras”, ressalta.
Trata o corpo como um todo
A osteopatia é baseada na ideia de globalização do corpo, ou seja, que tudo está interligado. O criador da técnica, o médico americano Andrew Taylor Still, começou a perceber problemas em determinada parte do corpo repercutem em outros segmentos que, aparentemente, não têm ligação. A partir daí, foi construído este sistema dedicado a atuar na causa.
Não tem contraindicação, principalmente por ser muito adaptável, com base na avaliação feita. “Não existe tratamento igual. Por ser um conceito e não uma técnica, o tratamento é desenhado de acordo com o que aquela pessoa precisa. Algumas técnicas, porém, podem não ser indicadas para pessoas em situações específicas, mas podem ser adaptadas para cada caso.
Algumas indicações
Dores ortopédicas e osteoculares como na:
– Cervical
– Lombar
– Costas
– Quadris
– Joelhos