Se o objetivo hoje é a não institucionalização dos pacientes com algum tipo de transtorno mental, os hospitais enfrentam outro desafio: o de pacientes que não têm condições de voltar para o convívio familiar. Esses casos, muito mais delicados, ocorrem geralmente porque a família não tem a estrutura adequada, mas, também, pelo quadro do paciente, que pode demandar grande suporte.
De acordo com os profissionais, esses são casos menos comuns, mas eles ocorrem. Nessas situações, em que o paciente precisa de atenção 24h e os familiares não dispõem de recursos emocionais e financeiros para dar esse suporte, o doente acaba por permanecer, mesmo tendo condições de alta. “Não podemos simplesmente jogar esse paciente na rua”, afirma o psiquiatra do HM, Ricardo Silveira. Em um dos casos enfrentados pelo hospital, um paciente já chegou a ficar meses internado porque a família não tinha como dar a assistência necessária.
Existem casas abrigo específicas, com atendimento 24hs, para receber pacientes graves, quando não é possível seguir com a família. Mas são poucos. Na região, o local mais próximo é em Canoas. Foi para lá que o paciente citado acima foi encaminhado.