Uma dieta equilibrada, acompanhada por nutricionistas, acelera a recuperação dos pacientes e pode diminuir o tempo de internação em hospitais. Refeições com macro e micronutrientes adequados ajudam a fortalecer o sistema imunológico. Além disso, muitas doenças podem aumentar a demanda nutricional.
Manter o cardápio apropriado requer um acompanhamento detalhado de cada paciente e o preparo de pratos específicos para cada um de acordo com o seu problema de saúde. Outro passo importante é conversar com o cliente e perguntar quais são as suas preferências alimentares, bem como alergias ou intolerâncias. O objetivo é elevar o índice de adesão à dieta proposta.
Também pesa muito quais são as enfermidades enfrentadas pelos pacientes. Algumas, como doenças pulmonares, aumentam o gasto energético. Esses casos demandam a ingestão de nutrientes específicos para atender a essas necessidades.
Merecem atenção, ainda, os pacientes oncológicos, pois dependendo do tipo do tumor, da sua localização, do tratamento e das condições clínicas do paciente, pode ocorrer desnutrição. O problema, muitas vezes, compromete a condição da pessoa enfrentar os procedimentos necessários e eleva o risco de infecção. Por outro lado, alguns ganham peso e isso também merece atenção dos profissionais envolvidos na nutrição.
No Hospital Unimed Vale do Caí, 34 pessoas integram o Serviço de Nutrição e Dietética (SND). Sendo três nutricionistas, seis cozinheiras, seis auxiliares, duas estoquistas e uma jovem aprendiz. O serviço, como não poderia deixar de ser, funciona 24 horas. Por dia, o SND fornece em média 450 refeições entre pacientes e colaboradores. Quem está internado recebe café da manhã, lanche, almoço, lanche da tarde, janta e ceia.
As nutricionistas são divididas entre as áreas de produção de alimentos, que têm como responsável, Luana Corrêa, e assistencial, com as nutricionistas clínicas Carolina Drummond e Monique Motta. As profissionais ressaltam que o trabalho em equipe é fundamental para o tratamento e recuperação de quem recebe atendimento nas unidades de internação.
Um exemplo são os pacientes oncológicos, por não sentirem muito o sabor dos alimentos, ou pacientes deprimidos, por estarem internados ou terem recebido um diagnóstico negativo. Nessas situações, além do trabalho das nutricionistas é preciso o da psicóloga. “Tem todo o envolvimento multidisciplinar, não é só a nutrição, a enfermagem, a psicologia ou os médicos. É todo mundo junto para atender o paciente da melhor forma possível”, comenta Monique. O Hospital possui a Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional (EMTN), que atua especialmente nos casos de pacientes críticos.
Copa Centralizada para agilizar o serviço
O Hospital Unimed Vale do Caí (HUVC) inaugurou, no dia 19 de junho, a sua Copa Centralizada. Ela está vinculada ao Serviço de Nutrição e Dietética (SND). A nova estrutura foi projetada e equipada para melhor adequação dos processos estabelecidos pela Acreditação Hospitalar concedida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) e tem como foco a segurança do paciente.
Anteriormente, três copas estavam localizadas em cada ala de internação. Na Copa Centralizada, as copeiras são responsáveis pela organização e distribuição das refeições dos pacientes internados e acompanhantes. O espaço está localizado próximo ao refeitório do Hospital.
Algumas restrições sem esquecer do sabor
No Manual de Dietas padronizado da instituição, existem 30 tipos diferentes de dietas. Todas com restrição de sal extrínseco, excesso de açúcar e gordura. As sobremesas enviadas aos pacientes e acompanhantes são diets. Para tirar aquela ideia de “comida de hospital”, bastante difundida, são utilizados diversos temperos caseiros, como sal temperado contendo orégano, salsa, manjericão, louro e alho. Os temperos prontos, vendidos nos mercados não são bem-vindos. Os sucos são orgânicos ou concentrados sem adição de açúcar.
De acordo com a pesquisa de satisfação das refeições dos clientes, a taxa de aprovação dos pacientes e acompanhantes fica em média em 95% ao mês. “O paciente com boa adesão da dieta se recupera mais rápido, evita desnutrição hospitalar. Também pacientes que têm feridas, como lesões por pressão ou decorrente de algum trauma, por exemplo, a alimentação ajuda na cicatrização”, relata Monique.
Cardápio aprovado também pelos colaboradores
Não só os pacientes e acompanhantes estão satisfeitos com cardápio oferecido no Hospital. Os colaboradores, em pesquisa no ano passado, apontaram o serviço, oferecido gratuitamente, como um dos melhores benefícios da instituição, com 92% de aprovação. Para as nutricionistas, esse índice e o da avaliação dos pacientes representam a comprovação da efetividade do trabalho realizado.
Embora levemente suspeita, pois trabalha na cozinha há 19 anos, onde é responsável pela comida dos pacientes, Genessi Passer, 57 anos, atesta a qualidade das refeições servidas. “A gente precisa estar concentrada o tempo todo, são 30 dietas diferentes. “Como líquida, DM (para diabéticos) e hipossódica”, frisa. “É muito boa, uma delícia. Eu faço a sopa, cada dia é uma diferente. Trabalhamos com muito amor e dedicação”, afirma, com um sorriso.
A Unimed Vale do Caí também tem o Programa de Promoção da Saúde e Qualidade de Vida dos Colaboradores. Uma das iniciativas foi um levantamento sobre quais deles estão com excesso de peso e incentivadas atividades para ficarem na medida certa. A responsável pela avaliação nutricional dos colaboradores é a nutricionista Leila Dutra que trabalha juntamente com a equipe de medicina preventiva da cooperativa.
Série de cuidados com a manipulação dos alimentos
As boas práticas de manipulação dos alimentos são priorizadas no Hospital. “Cuidamos muito a questão de tempo de distribuição, temperatura de alimentos,que deve se manter sempre acima de 60°C, os quentes e os frios sempre abaixo de 5°C”, destaca Luana.Também são feitas visitas técnicas nos fornecedores de alimentos perecíveis.