Se você é daquelas pessoas que usa o horário de almoço para pagar contas, fazer compras no comércio, dar aquela arrumadinha na casa ou responder e-mail e mensagens nas redes sociais, deixando alguns poucos minutos para a refeição, saiba que é um péssimo hábito. Comer muito rápido não apenas engorda como também prejudica a saúde.
A nutricionista e coach Cristiane Junges destaca que é essencialmente importante cuidar do corpo e que essa atenção que cada um precisa oferecer a si mesmo, surge em detalhes do dia a dia. Um dos maiores cuidados é com a alimentação oferecida como combustível ao ser humano. “Além de selecionar bem o que entra, precisamos iniciar a digestão já na boca, para assim nos beneficiarmos de todos os nutrientes”, diz Cristiane.
O grande problema é que, ao comer rápido, muitas vezes não é feita a correta mastigação, ou seja, os alimentos não são triturados. “Para isso, temos os dentes, para já iniciar a digestão na boca com a trituração do alimento e mistura do mesmo com as enzimas já secretadas na cavidade oral”, detalha a especialista. Mais do que isso, comer é ter o prazer de sentir o sabor de ingerir os alimentos, uma vez que as papilas gustativas estão na boca. Ao engolir, esse prazer se esvai. Isto leva ao ganho de peso porque no intuito de prolongar esse prazer é consumida mais comida, de forma excessiva, quando se deveria apenas “curtir” cada garfada.
Outro fator importante é o controle da saciedade, no hipotálamo – parte do cérebro humano, considerada o centro de controle. Leva um tempo para o alimento ser ingerido e o estímulo ao controle da saciedade ser acionado. Se a refeição é feita muito rapidamente, come-se mais que o necessário porque a percepção da saciedade não é sentida e ou demora para chegar. Muitas vezes, quando chega, vem exageradamente. “A conhecida expressão ‘Bah, comi demais’”, diz Cristiane. O ideal é mastigar 40 vezes a alimentação, mas isso é um grande desafio, complementa ela. Porém, não precisa sair contando à mesa. Basta conseguir saborear a refeição, triturar os alimentos e conseguir aproveitar o momento da refeição.
O ideal é ter em mente que quanto mais saudável, melhor o corpo funcionará. E assim, ser seletivo e aproveitar bem os alimentos escolhidos. Na hora das refeições, é indicado iniciar a digestão mastigando bem. É interessante ter horários e lugares apropriados para a alimentação, não se esquecendo de comer de cinco a seis vezes ao dia, de forma equilibrada. Quanto a intercalar os alimentos com uma bebida, Cristiane destaca que não é necessário, mas, para quem deseja, a recomendação é não ultrapassar os 200 ml.
Conectados na hora errada?
Você está à mesa de um bar ou restaurante e olha em volta. De um lado observa alguém fotografando o prato para postar no Instagram. Mais adiante um grupo de amigos nem come nem conversa, cada um utiliza o próprio telefone celular. É uma cena cada vez mais comum, fortalecida pela evolução tecnológica. O almoço é respondendo e-mails de trabalho. A janta assistindo televisão. E a refeição fica sempre em segundo plano.
Para Cristiane Junges, cabe a cada um fazer uso da tecnologia sem que isso prejudique sua vida e saúde. “Comer respondendo mensagens do WhatsApp pode tirar a atenção do que se está sendo ingerido. E aí o piloto automático entra em ação. Comemos e nem nos damos conta da qualidade e quantidade do que é ingerido”, destaca. O mesmo ocorre ao assistir televisão. Cria-se o hábito de ver um filme, por exemplo, comendo pipoca ou guloseimas. A atenção está no que é assistido e não no alimento. Daí, surge o problema do sobrepeso, obesidade e outras decorrências de uma alimentação excessiva em sacarose, sódio e gorduras. “Às vezes, fico pensando por que nos cinemas ou até em casa, não é ofertado frutas para serem saboreadas junto a um bom filme?”, sugere a nutricionista.