Em 2018, o Rio Grande do Sul registrou aumento no número de casos de hepatites virais. Ao todo, 7,6 mil pessoas foram diagnosticadas com hepatite A, B ou C no ano passado, elevação de 14,4% em relação a 2017.
Levando em conta os índices de hepatites B e C, aids e sífilis, 62 municípios da foram elencados como prioritários. Entre eles, estão Montenegro e São Sebastião do Caí. Em Montenegro, desde 2011, foram 624 casos das duas infecções e confirmados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
Entre os tipos de hepatites, o com maior registro no Estado é o C, que teve mais de 5,8 mil novos casos ano passado. Contudo, o que teve o maior aumento foi o tipo A, com alta de 2,5 vezes em relação ao ano anterior.
Este mês recebe o nome de Julho Amarelo, em conscientização sobre a doença e tem neste domingo, 28. o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais. Entre as principais medidas preventivas estão o uso de preservativos em relações sexuais, hábitos de higiene e o incentivo ao teste rápido nas Unidades Básicas de Saúde.
O maior meio de transmissão das hepatites B é via sexual e a C, drogas injetáveis. A hepatite é a inflamação do fígado. Pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns remédios, álcool e outras drogas. Também pode ocorrer por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.Nem sempre apresentam sintomas, mas podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
Onde buscar ajuda em Montenegro
No Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais, celebrado neste domingo, dia 28 de julho, a Secretaria Municipal da Saúde de Montenegro também faz um alerta para o combate à doença. Há oito anos, a Administração oferece atendimento de enfermagem/médico aos portadores das hepatites virais. Isso inclui realização dos testes rápidos, exames laboratoriais, exames de carga viral e genotipagem, ecografia, elastografia, biópsia hepática, entre outros. “O cidadão pode buscar informações e ajuda sobre as hepatites virais em todos os postos de saúde”, ressalta a enfermeira Kátia Kern, responsável pelo serviço.
Montenegro oferece o serviço de diagnóstico e acompanhamento a todos portadores da doença residentes no município. O serviço está localizado na rua Coronel Antônio Inácio, 118, Centro. O telefone para contato é o (51) 3632-0138. A demanda é livre, sendo necessário levar documentação (CPF, RG e Cartão SUS) e comprovante de residência.
Como se prevenir
Hepatite tipo A
* Ingerir água tratada ou fervida;
* cozinhar bem legumes e verduras, deixando de molho em cloro ou água sanitária;
* cozinhar bem peixes, mariscos ou crustáceos;
* higienizar bem as mãos após usar o banheiro e antes das refeições;
* manter vacinação das crianças em dia.
Hepatite tipo B e C
* Usar preservativo em todas as relações sexuais;
* não compartilhar utensílios pérfuro-cortantes como alicates de unha, agulhas em geral e piercing;
* não compartilhar aparelhos de barbear, pipetas e seringas para injetar substâncias;
* evitar cirurgias e/ou tratamentos dentários em locais onde não seguem os cuidados de biosegurança;
* ter seu próprio kit de fazer unhas (alicates, toalhas, lixa, esmalte, espátula);
* realizar exames das hepatites no pré-natal;
* fazer a vacina contra hepatite tipo B (todas pessoas de qualquer idade).
Tratamentos
* Hepatite A – é uma doença aguda e autolimitada, ou seja, ela dá e cura espontaneamente. O tratamento é sintomático.
* Hepatite B – 80% das pessoas que se infectam com o vírus eliminam espontaneamente o mesmo. E 20 % das pessoas infectadas podem cronificar, ou seja, ficar com o vírus no seu organismo.O tratamento requer uma avaliação médica para indicação, sendo este fornecido pelo Ministério da Saúde.
* Hepatite C – 80 % das pessoas que se infectam cronificam a doença, ou seja, ficam com o vírus no organismo. O tratamento é fornecido pelo Ministério da Saúde e a chance de cura, hoje, é de 98%.
Vacinas
Atualmente, existe vacinas para hepatites A e B, sendo disponibilizadas em todas salas de vacinas do município. A imunização contra hepatite A é realizada nas crianças com 15 meses de idade (dose única). Contra a B, nas crianças logo ao nascer com seguimento de mais duas doses, até completar 3 doses(sem reforço).