Acne é comum, mas não é normal

Daiana Decusati, dermatologista
Crédito: arquivo pessoal

Olhar-se no espelho e se deparar com uma espinha não é uma boa forma de começar o dia. A acne é um problema sério que afeta, principalmente, os adolescentes, mas que, em alguns casos, se estende ou surge em outros momentos da vida. Conversamos com a dermatologista Daiana Decusati para esclarecer as causas desse problema e as possibilidades de tratamento.

A especialista destaca que, apesar de ser uma doença muito comum, a acne não deve ser encarada como algo normal. “É algo que afeta a autoestima de milhares de pessoas. Como ela aparece mais comumente na adolescência, período onde ocorrem muitas alterações físicas e psicológicas, qualquer problema relacionado com a imagem corporal pode ser avassalador”, destaca Daiana.

A gravidade da acne e das lesões deixadas por ela na pele está diretamente associada ao constrangimento do paciente e à menor participação e apreciação em atividades sociais. “Os pacientes com acne relatam oportunidades de emprego limitadas e dificuldades interpessoais no ambiente de trabalho. A atividade socioeconômica é descrita como sendo afetada em 64% daqueles portadores de acne e a atividade social em 40% deles”, diz a dermatologista. É claro que técnicas permitem a redução das cicatrizes deixadas pela acne, mas as marcas não serão retiradas por completo. Por isso, o ideal é sempre iniciar o tratamento precocemente e evitar que as cicatrizes ocorram.

A acne é uma doença crônica. Ela costuma atingir mais os adolescentes e jovens, na faixa entre as idades de 12 e 24 anos. Entre os homens, 90% são afetados. Já entre o grupo feminino, a acne atinge 79%. Aproximadamente 3% dos homens e 12% das mulheres continuam a ter a chamada “acne persistente” até a idade de 44 anos. Além da face, regiões como colo ou as costas são as mais afetadas. Daiana explica que os eventos que levam ao desenvolvimento são multifatoriais. “Pode ser apenas pelo uso de algum cosmético oleoso – base, creme ou protetor – até doenças genéticas”, destaca ela.

Trate desde cedo

Antes de iniciar o tratamento contra acne, será necessário descobrir sua causa para então direcioná-lo. Os tratamentos mais comuns fazem uso de sabonetes específicos, protetor solar, cremes com ácidos, antibióticos tópicos ou orais e, em casos mais graves, o medicamento Isotretinoína.
Se o problema for hormonal, uma opção de tratamento são as pílulas anticoncepcionais. E há pílulas específicas para essa função. “Não é qualquer pílula que melhora o quadro. De fato, algumas podem piorar o problema”, salienta Daiana. Devido a inúmeras causas de acne, é importante que o paciente consulte com seu médico dermatologista para diagnosticar qual o motivo e assim fazer o tratamento correto.

O ideal é iniciar o tratamento o mais rápido possível para evitar cicatrizes. “Manchas podem ser tratadas com ótimos resultados, mas isso não se aplica para as cicatrizes. Apesar de termos vários tratamentos para amenizar as cicatrizes, nenhum é capaz de retirá-las”, finaliza.

Você sabia?
Muitos afirmam que o chocolate é o culpado pelo surgimento das espinhas. Mas não é bem assim. Na verdade, as comidas com alto índice glicêmico, como é o caso desse doce, são piores para a acne.

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