Estudo inédito feito através de garrafas ocorre no Litoral Norte

Projeto visa compreender a deriva de animais marinhos nas praias gaúchas

Na última terça-feira, 5, uma equipe comandada pelo Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Sul (Gemars) lançou 150 garrafas de vidro em alto-mar. Mas calma, não se trata de poluição ambiental.

Em uma parceria com o Centro de Estudos de Costeiros, Limnológicos e Marítimos (Ceclimar) e com as instituições Ufrgs, Uergs e Unisinos, o Gemars promove um estudo para identificar a rota de objetos flutuadores com as influências das correntes marítimas e do vento e quantos acabarão chegando à beira da praia. Os biólogos entendem que o trajeto da garrafa pode ser comparado ao da carcaça de um animal.

De acordo com o professor Paulo Ott, da Uergs, o experimento pode ajudar a entender quanto tempo um animal morto leva para chegar à praia, quantos deles chegam e a distância percorrida pelo animal até chegar à costa. “Se a gente encontra uma baleia ou um golfinho, por exemplo, em Tramandaí, não necessariamente ele morreu em Tramandaí. A gente quer entender de onde ele pode ter vindo. Esse experimento nos ajuda a entender melhor como é essa dinâmica”, explica o professor.

Além das 150 garrafas de vidro lançadas, o grupo também jogou 45 carcaças de animais encontrados mortos ao mar, com GPS em alguns deles para mostrar o trajeto feito. Dentro das garrafas foi posto um aviso contendo códigos de identificação, telefone e e-mail, para que as pessoas entrem em contato caso encontrem as peças, possibilitando a recuperação do maior número possível de garrafas e animais jogados ao mar. As carcaças foram jogadas com etiquetas com as mesmas informações.

Este é o primeiro de quatro lançamentos que serão realizados durante o ano, em momentos com outras condições climáticas. O experimento faz parte do projeto Conservação da Toninha no Litoral Norte do Rio Grande do Sul.

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