Espécies de plantas de características diversas são utilizadas no processo
Bonitos, delicados e com técnica milenar que ultrapassou as barreiras do oriente para o ocidente, os bonsais encantam aos olhos. Em diversos tamanhos, moldes e espécies, as miniaturas de árvores são cultivadas em pequenos espaços. Sua origem remonta à China, datada em aproximadamente 700 a.C., a partir da prática de cultivo de árvores anãs em pequenos recipientes. Apesar de suas raízes em solo chinês, inicialmente entre a burguesia, foi no Japão que a técnica foi aprimorada e popularizada, e, após, difundida ao ocidente.
E graças à disseminação dessa arte, hoje é possível cultivar as réplicas reais em casa. Espécies de plantas coníferas, floríferas e frutíferas, arbustivas ou arbóreas são utilizadas no processo.
O montenegrino Maurício Zirbes Maurer trabalha há três anos no plantio de bonsais. “Eu levo alguns fatores em conta na escolha da planta. Observo primeiramente o tamanho da folha. Quanto menor, mais proporcional e bonito esteticamente ficará o bonsai. Outro detalhe importante é o tronco da espécie. As de caules lenhosos também são boas candidatas”, explica.
Maurício afirma que há diversas técnicas de cultivo disponíveis para a modelagem das miniaturas, entre poda, aramagem de galhos e raízes que direcionam e limitam o crescimento. Para algumas espécies há, inclusive, técnicas específicas e épocas do ano indicadas para podas.
“O bonsai vai contra a ideia de imediatismo, que é muito presente na sociedade. Não é possível manipular uma planta de um dia para o outro. Dependendo das particularidades dela e dimensão pretendida, o processo pode levar anos”, destaca.
Com entusiasmo e dedicação, o jovem declara que é um aprendiz na arte de semear bonsai e que está em constante busca por aprimoramento. Como trabalha durante o dia todo em outra atividade, desenvolve suas habilidades de cultivo e plantio no tempo livre. “Sou fascinado por azaleias. Elas florescem uma vez ao ano e encerram o inverno floridas. Na época em que a maioria das plantas estão sem folhas, dormentes, em que a bancada já parece meio sem vida, elas vem e nos presenteiam com umas das florações mais bonitas que existe. Há tantas combinações possíveis nas cores; são infinitas possibilidades. Tenho uma de 36 anos aqui. Se fosse vender, o preço ficaria em torno de R$4 mil”, destaca.
Cuidados para longevidade
Se bem cuidadas, as representações artísticas reais podem durar anos. O bonsai mais antigo do mundo registrado, com mais de 1000 anos, o Ogata, está localizado no Crespi Bonsai Museum, em Milão, na Itália.
Maurício explica que quanto mais velho, mais valioso o bonsai. E destaca, entre as atenções necessárias com as plantas, sol e água. “Luz solar por 4h diárias e aguar pelo menos 1 vez ao dia. No Verão, com calor mais intenso, a recomendação é de que sejam regados por pelo menos 2 vezes”, esclarece.
Com página no Instagram, a Bonsai Vale do Caí, o jovem comercializa, entre as espécies, ulmus, buxus (buxo ou buxinho), acer kaede e azaleia, com preços a partir de R$ 120,00.