com 30 alunos ou mais, linhas das 18h e 22h de ida e volta até a Capital serão retomadas
Os universitários de Montenegro, que estudam fora da cidade, passam por um grande problema desde a retirada das linhas universitárias noturnas da Viação Montenegro, ainda antes da pandemia. O ônibus saía de Montenegro seguindo até Porto Alegre e, após, 22h, trazia os alunos de volta para suas casas. Com o início do semestre e volta totalmente presencial, alunos de diversas universidades como Ulbra, Unisinos e Feevale, precisam pagar pelo transporte particular para seguirem estudando.
Etiele Vicensi, estudante da Ulbra, pontua que, atualmente, o transporte fretado pelos alunos vai lotado para as universidades. A explicação é de que muitos estudantes sequer se inscrevem no Passe Livre por saber que não existem mais linhas para ida e volta às universidades. “Eu, por exemplo, vou de carona com uma amiga minha que, por enquanto, me ajuda, porque sabe da minha condição. Então, muita gente migrou para o transporte particular pagando sem poder, porque sabia que não tinha ônibus da Viação”, acrescenta. “Se vocês nos dão a garantia de que vamos ter as linhas a partir de tantos alunos, a gente vai trazer esse pessoal de volta porque sabemos da carência financeira”, conclui.
Para tratar do assunto, na sexta-feira, 25, ocorreu, na Câmara de Vereadores, uma reunião. Após reclamações de diversos estudantes, a oportunidade serviu para debate de soluções. Estiveram presentes na reunião representantes da Vimsa, Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), Passe Livre Estudantil (PLE) e estudantes. Além do vereador Talis Ferreira, que convocou a reunião; o secretário geral do Executivo montenegrino Vlademir Gonzaga e o gerente de contratos e convênios Silvio Kael.
Na ocasião, foi estipulado, em consenso entre Vimsa, Metroplan e estudantes, que deve ser apresentado, até a próxima sexta-feira, 1°, o levantamento com número de alunos que utilizarão as linhas. Havendo mínimo de 30 estudantes, as linhas das 18h e 22h serão reativadas inicialmente por um período de 30 dias para verificar a adesão por parte dos alunos.
O diretor de Transportes Metropolitanos da Metroplan, Francisco Hörbe, pontua o principal motivo para retirada dos horários: pouca demanda de alunos. “Após início das aulas, algumas linhas de universidades foram reativadas e o que nos surpreendeu foi que nem 50% dos estudantes retornaram ao uso”, destaca.
O coordenador do PLE, Helio Schreinert Filho, afirma que o primeiro passo é a realização de um abaixo assinado por parte dos alunos com o levantamento de quantos deles irão, de fato, utilizar a linha das 22h, caso retorne. “Não tem como fornecer linha se apenas cinco estudantes forem utilizar. Precisamos pensar na viabilidade. Já ocorreram situações da linha levar os alunos, esperar para a volta e ninguém aparecer, porque pegaram caronas, por exemplo”, salienta Helio. Ainda segundo ele, é preciso manter as demandas para reativar a linha de ida e volta.
Já Alcides Azevedo, coordenador da Vimsa, relembra que não é diretamente a Viação que retira linhas. Todas as questões são avaliadas pela Metroplan. Ainda pontua que as linhas universitárias foram suprimidas antes da pandemia, ou seja, não foi Covid que causou a suspensão, pois já não existia demanda. “Hoje em dia, se não tiver demanda, não se consegue manter a linha. Queremos ajudar todo mundo, mas precisamos do mínimo de demanda para poder manter”, reitera.