Tradicionalistas participaram da expansão do fogo simbólico na manhã desse sábado
A Chama Crioula, tradição iniciada em 1947 na capital gaúcha, está entre nós. Gerada, neste ano, no município de Canguçu, ainda em agosto, ela foi buscada e trazida ao Vale do Caí por uma comitiva de doze cavaleiros, em cavalgada, por um trajeto de mais de 300 quilômetros. Dessa vez, foi o município anfitrião de Capela de Santana que recebeu o grupo e, nesse sábado, dia 10, sediou o evento de expansão da Chama para as cidades da região. Foi pela manhã, no Parque de Eventos Municipal, que entidades tradicionalistas da maioria dos municípios do entorno acenderam seus candeeiros com o fogo simbólico. De lá, como dita a tradição, seguiram à cavalo até as suas sedes. O ato marca o início dos Festejos Farroupilhas deste ano de 2022.
“Vir aqui representa toda a história da nossa Cultura, todo o nosso Rio Grande do Sul e os nossos costumes”, resume o patrão do CTG Acácia Negra, de Montenegro, João Silveira. A sua foi a primeira entidade chamada para a expansão da chama. Foi entre vinte cavaleiros participar da solenidade. “Pra nós, fazer essa trajetória de levar a Chama Crioula para Montenegro é importantíssimo porque a gente tem uma responsabilidade também em passar para a nova geração esse símbolo máximo da nossa Cultura”. A centelha levada pelo Acácia vai direto ao Parque Centenário, onde a entidade já montou acampamento para a Semana Farroupilha.
Simbolicamente, manter acesa a chama é, justamente, manter aceso o amor pelo tradicionalismo; concorda o patrão dos Lanceiros, Almir Ferreira da Silva, outra entidade montenegrina que se fez presente na expansão. “É principalmente por manter viva a tradição para as crianças; para que a gente sempre renove e mantenha essa tradição”, analisa. Os Lanceiros foram entre doze cavaleiros para Capela de Santana; voltando, à cavalo, para a sede da entidade onde serão recepcionados pelas crianças do CTG.
Enquanto aguardava ser chamada para, também, participar da expansão da chama, a patroa do CTG Estância do Montenegro, Sibeli Amador de Azeredo, contou sobre o contexto em que toda essa tradição nasceu. “Na primeira vez, lá no grupo dos oito, a ideia era justamente essa de manter a tradição gaúcha. Aquele era um momento em que estava vindo muitos estrangeirismos, então aquele grupo disse ‘não, nós temos que fazer algo para que se continue cultuando a nossa tradição, usando bombacha, andando à cavalo…Então, essa chama acesa é, realmente, um símbolo disso”, explicou.
14 cavaleiros ligados ao Estância levam a centelha para a sede da entidade, em Montenegro, onde estão por ser recepcionados com churrasco e matiné dançante. Do Estância, na terça-feira, a centelha irá para o Parque Centenário, data em que será oficialmente aberta a Semana Farroupilha do Município. O fogo, material, seguirá queimando até o dia 20 de setembro. Já o fogo simbólico, aceso nos corações de tantos gaúchos e gaúchas tradicionalistas, seguirá quente ainda por muitas gerações.
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