Produtores contam com apoio da Emater e da Prefeitura para realizar procedimento
Uma ação relativamente simples e eficiente tem auxiliado os citricultores de Pareci Novo a aumentar a sua produtividade e reduzir custos. Trata-se da análise de solo. O procedimento é tido como uma das bases da agricultura e, se feita com prazo antecipado, permite o planejamento de operações de calagem e adubação e a organização logística para a aquisição de corretivos e fertilizantes.
“Trata-se de uma importante ferramenta de tomada de decisão, que poderá ser determinante na evolução dos cultivos”, aponta o extensionista da Emater/RS-Ascar do escritório de Pareci Novo, André Camargo Volpato. Ele salienta a importância de a ação ser feita antes da implantação de um pomar ou de qualquer outro cultivo pretendido. Isso porque a análise informa, do ponto de vista químico, parâmetros associados à acidez, ao teor de matéria orgânica e a disponibilidade de nutrientes e, do ponto de vista físico, a presença de areia, argila entre outros. “O solo, afinal, é um organismo natural, suscetível a modificações, especialmente em suas camadas ‘aráveis’, seja pela ação do tempo ou pelo próprio manejo adotado na agricultura”, explica.
No caso do citricultor Ricardo Reichert, da localidade de Porto Maratá, a ideia de investir em uma análise de solo surgiu cinco anos atrás, quando ele procurou a Emater/RS-Ascar em busca de uma solução para os ácaros, que estavam atacando seu pomar de laranjas e bergamotas. “Lembro que as plantas não estavam desenvolvendo direito, com as folhas murchas, o que inevitavelmente resultou em perdas na safra”, recorda Reichert.
A análise detectou o problema: excesso de alumínio tóxico, que estava deixando o solo ácido e com necessidade de aplicação de calcário. Corrigido isso, Reichert nunca mais deixou de adotar a medida para implantação de novos pomares. De forma escalonada, faz a análise de dois em dois anos em cada uma das quatro áreas de terras em que têm a sua produção de citros implantada.
Como forma de complementar o manejo, aposta na utilização de caldas naturais e na adoção de plantio de aveia, junto ao pomar, no inverno, o que protege e garante a manutenção da umidade do solo em tempos mais secos. Os resultados alcançados têm sido satisfatórios e têm chegado a outros citricultores, especialmente aqueles que solicitam linhas de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para custeio agrícola.
“Este é um pré-requisito exigido pelos bancos, em operações de crédito acima de R$ 5 mil”, explica o extensionista do escritório de Pareci Novo da Emater. “E isto é importante pelo fato de, na prática, um solo fértil e equilibrado em seus níveis de nutrientes permitirem o adequado desenvolvimento das raízes e, consequentemente, da parte aérea, melhorando assim a qualidade e a produtividade da fruta”, finaliza Volpato.
Interessados em saber mais sobre formas corretas de se fazer uma análise de solo, bem como de quais as profundidades e as distâncias a serem adotadas para a coleta e quais os encaminhamentos para a correção, podem procurar os escritórios da Emater/RS-Ascar, que atua de forma vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) do Governo do Estado.
A Prefeitura de Pareci Novo, por meio da secretaria municipal de Agricultura e Meio Ambiente, auxilia os produtores com descontos de até 50% na análise, encaminhando-as, ainda, para o laboratório da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).