Desabastecidos. Comunidades também ficaram sem abastecimento de água devido à ausência de energia elétrica
Em Pareci Novo, o prejuízo foi causado pela falta de luz ocasionada pela queda de dois postes em frente à Sociedade Cultural e Esportiva Várzea do Pareci, no entroncamento da ERS-124 com a Transcitrus. A situação deixou as localidades da Várzea e de Despique sem energia, bem como afetou o abastecimento de água, que é feito por poços artesianos.
Proprietário de um mercado nas proximidades, Leonardo Machado, 40 anos, contou que os postes caíram por volta das 19h de segunda-feira, mas a luz se manteve. A energia só foi cortada por volta das 2h. Na manhã de ontem, ele utilizava um gerador para manter partes do mercado em funcionamento. “É muito temporal, temos que entender, mas depois é sempre uma novela (para restabelecimento da energia)”, comentou Leonardo.
Morador da localidade de Bananal, João Braga, 65 anos, também sofreu com a falta de energia em Pareci Novo. Produtor de citrus e proprietário de uma distribuidora de frutas, ele demonstrava preocupação com mil quilos de uva estocados em uma câmara fria. “Se a energia não retornar hoje (terça-feira), estará tudo perdido”, afirmou. Assim como Leonardo, ele também lamentou as frequentes faltas de luz e a demora para restabelecimento da energia. “Por pouca coisa está dando falta de luz. Concordo que é grande o serviço, mas para ‘abraçar’ a causa eles precisam ter gente”, ponderou.
Em São José do Sul, as comunidades de Uricana e Morro do Cedro amanheceram na terça-feira sem energia elétrica. Em Uricana, o problema gerou também a falta de água, uma vez que não havia luz para o funcionamento do poço artesiano que abastece a comunidade. Já em Morro do Cedro, havia energia em meia fase. Brochier não registrou danos.
Diretoria da Sociedade Esperança aciona seguradora
Em Maratá, um dos principais estragos causados pelo temporal foi o desabamento de uma parte da Sociedade Cultural e Esportiva Esperança. O telhado da estrutura coberta da cancha de bocha voou por completo, além de madeiras de sustentação, e também causou danos no telhado do salão principal da entidade. Uma folha de zinco foi parar a mais de 200 metros do local.
Presidente da Sociedade, Erno Schreiner, 78 anos, acionou ainda na manhã de ontem a seguradora da entidade. “Vai ser muito complicado eles pagarem o puxado de madeira, mas eles vão ver se conseguem ajudar”, comentou. Segundo Erno, também conhecido como Erni, os danos representam um prejuízo de cerca de R$ 30 mil. “Se não conseguirmos reformar com o seguro, a Sociedade terá que dar um jeito”, afirmou e destacou que a realização de um mutirão é uma das possibilidades.
Erno agradeceu ainda pelo fato de o temporal não ter ocorrido um dia antes, já que no domingo haviam diversas pessoas no local em razão da realização de um torneio de bocha e do jogo do Esperança pela Taça da Amizade. “Em 40 anos de Sociedade não lembro de ter ocorrido algo assim”, conta o presidente, que também já ocupou outros cargos na diretoria.