Falta de medicamentos afeta população de municípios da região

Dona Teresinha Maria de Oliveira, 60, foi até a Farmácia da Secretaria da Saúde de Montenegro em busca de remédios na última semana e não encontrou todos que precisava. Ela conta que nos últimos meses alguns medicamentos de uso comum, que pegava na Farmácia do Município, não estão mais sendo encontrados. Para não ficar sem os remédios, a solução é comprar, o que é um custo a mais no orçamento já apertado da moradora. “Eu nem queria falar mal da Assistência, porque em outros lugares é pior, mas a situação não está fácil. Um remédio que antes eu pegava de graça, agora tem que estar comprando”, desabafa Teresinha.

A dona de casa Daniela Fernandes, 35, também não encontrou os remédios que precisava na farmácia da Secretaria da Saúde de Montenegro. Os medicamentos foram receitados pelo médico após uma consulta junto ao Pronto Atendimento do Município. “O Sulfato Ferroso disseram que está em falta e o Buscofem que não fornecem, tem que comprar”, relata. Para Daniela, a situação causa ainda mais transtornos para as famílias de baixa renda, que têm que arcar os custos para não ficar sem o tratamento. “Com todos os custos que a gente tem, qualquer coisa a mais já causa prejuízo”, destaca a dona de casa.

O problema não afeta apenas Montenegro, mas também outros municípios da região, que têm o fornecimento dos medicamentos geridos pelo Consórcio Intermunicipal do Vale do Rio Caí (Ciscaí). De acordo com o diretor-executivo do Ciscaí, Carlos Alberto Fink, o Lico, a situação acontece devido à pandemia de Covid-19, que levou vários laboratórios a deixarem de entregar medicamentos e pedirem realinhamento das entregas durante o ano. Além disso, Lico aponta a realização de uma nova licitação pelo Consócio também como causa dos atrasos do fornecimento aos municípios. “Nós realizamos nova licitação em outubro e tivemos alguns atrasos devido a legislação. Em novembro, fechamos a licitação velha e lançamos a nova, por isso tem um período de ajuste entre a entrega dos fornecedores e o repare aos municípios”, diz Lico.

Conforme o diretor-executivo do Ciscaí, a expectativa é normalizar o fornecimento dos medicamentos aos municípios atendidos pelo Consórcio o mais rápido possível. “Estamos reabrindo os pedidos e devemos normalizar o mais rápido possível, com alguns pontos excepcionais”, destaca. (WM)

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