Um Papai Noel nada tradicional

Roupa utilizada pelo jovem foi feita por sua mãe, com o maior capricho

Como todos sabem, Papai Noel mora no Polo Norte. Porém, ele frequentemente busca a ajuda de homens – e também mulheres – para o auxiliarem na árdua tarefa de espalhar o espírito natalino ao redor de todo o globo e também entregar o presente na noite de Natal às crianças que se comportaram durante o decorrer do ano. Em Brochier, um de seus auxiliares possui um currículo que é pouco usual aos que fazem o papel de Bom Velhinho. Trata-se do guia de Turismo Paulo Ricardo Fetzner, 22 anos.

A ideia de assumir o posto de Papai Noel surgiu em razão da barba que o jovem cultiva há três anos. “O pessoal brincava: ‘ah, vai ser Papai Noel’. Só que eu nunca tinha pensado, não tinha levado a sério a ideia”, revela. Porém, alguns convites surgiram e o guia de Turismo resolveu encarar a missão de representar o Bom Velhinho em Brochier. Para isso, ele até descoloriu a barba.

Paulo recorda, porém, que, de maneira emergencial, já havia auxiliado o Papai Noel em sua missão ao se vestir – então utilizando uma máscara – como o Bom Velhinho para o culto de Natal na igreja de Batinga Sul, onde mora, há alguns anos. Neste ano, o desafio de fazer as vezes da figura natalina foi aceito muito em razão da Prefeitura de Salvador do Sul, que buscava um Papai Noel mais radical para descer de rapel do Ginásio Poliesportivo.

Paulo destaca carinho recebido
das crianças e também dos adultos

O jovem recorda que, ao completar a descida, foi cercado por crianças que o abraçaram. Seguindo o protocolo, ele recebeu a chave da cidade do prefeito e também discursou. “Até aconteceu que eu tinha imprimido uma mensagem bonita, mas esqueci no carro e lembrei quando estava lá em cima. Aí pensei: ‘vou improvisar’”, conta. Assim, ele disse para as crianças que as renas o deixaram no telhado do ginásio e, como não havia chaminé, foi necessário descer de rapel. Além disso, ele também deixou uma mensagem de Natal para todos os presentes antes de sentar na poltrona do Papai Noel, ouvir os pedidos das crianças e entregar para elas um pequeno mimo. “Foi uma experiência bem bacana”, garante.

Como a decisão de auxiliar o Bom Velhinho foi algo de última hora, Paulo teve que negar muitos convites por já ter outros compromissos. Porém, dia 24, ele deverá percorrer o interior de Brochier para levar um pouco da magia do Natal às crianças carentes. Além disso, durante a noite, ele fará a visita especial em algumas casas, encerrando a maratona em sua residência.

Encanto e diversão para os adultos e as crianças

Guia de Turismo chegou de rapel em evento em Salvador do Sul

Com a roupa vermelha feita por sua mãe e o rosto com barba natural, sem aquelas máscaras de plástico que, muitas vezes, até assustam as crianças, Paulo é um Papai Noel que encanta a todos. “É muito legal, principalmente a reação das crianças. Elas veem que é o Papai Noel, algumas até puxam a barba”, conta. Mas isso não é exclusividade dos mais novos. Há alguns dias, o guia de Turismo fez as vezes de Bom Velhinho numa confraternização de fim de ano do grupo de mulheres A Tarde é Nossa. “Se torna uma folia. Todo mundo quer tirar foto, puxar a barba e receber um presentinho”, destaca.

Mas o encanto não fica apenas para aqueles que recebem um mimo ou puxam a barba do Bom Velhinho. Paulo também fica encantado por poder representar a figura natalina. “É muito legal, meio sem explicação a sensação que é ser o Papai Noel”, afirma. Entre os momentos que o emocionaram, assinala o caso de uma criança de origem humilde que lhe pediu um livro como presente.

Uma oportunidade de fazer diferente
Da comemoração de Natal ao longo de seus 22 anos, Paulo recorda que a data sempre foi muito marcante, com a montagem do pinheirinho e a produção de bolachas pintadas, além, é claro, a figura do Bom Velhinho. Porém, sua ideia é dar uma cara diferente ao Papai Noel que ele conhecia. Na sua lembrança, a figura natalina costumeiramente também carregava consigo uma vara, que era reservada para aqueles que não se comportavam. “A minha ideia é justamente fazer um Papai Noel mais descontraído, mais alegre, para as crianças não terem medo”, diz.

Paulo trabalha como guia de Turismo o ano todo

Para Paulo, seu trabalho como guia de Turismo, onde ele precisa trabalhar diretamente com o público, o ajuda a criar um Papai Noel mais carismático. Tanto que sua ideia é continuar auxiliando o Bom Velhinho nos próximos anos. “Depois do Natal, vou tirar a barba porque o processo (de clareamento) destrói com ela. Minha ideia é tirar e deixar crescer. Quem sabe, ano que vem eu faça de novo, porque eu curti”, comenta.

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