O tombamento ambiental, para muitas pessoas, sugere um significado bem diferente do que o termo, de fato, representa. Uma árvore tombada remete à preservação e imunidade da árvore, e, desde o Decreto n° 1.754, publicado em 21 de setembro de 1990, Montenegro já teve 11 árvores tombadas. Atualmente, o município conta com cinco. Você sabe onde elas estão situadas?
Antes de apresentá-las, precisamos voltar um pouco no tempo e relembrar a história do tombamento ambiental em Montenegro. Em 1990, o decreto do então prefeito municipal Ubirajara Resende Mattana considerou 10 árvores – dentro do perímetro urbano do município – imunes ao corte, por vários motivos: originalidade, idade, localização, beleza, interesse histórico ou condição de porta-semente, mesmo algumas estando em terreno particular.
Em janeiro de 2000, a prefeita da cidade na época, Maria Madalena Bühler, publicou um decreto considerando mais uma árvore do município imune ao corte. De lá para cá, alguns prefeitos excluíram quatro espécies da lista de árvores tombadas, por risco iminente de queda ou por serem invasoras da flora brasileira. Duas árvores morreram ao longo dos anos e, com isso, restaram cinco espécies preservadas no município. “Cada árvore tem sua característica, existe a questão do solo também. Elas ‘deixam’ de ser tombadas por alguns fatores. Há a morte das árvores, pelo ciclo de vida delas mesmo, risco de queda por fortes ventos. A supressão é a última alternativa, mas às vezes acontece”, explica o secretário municipal de Meio Ambiente, José Clébio Ribeiro da Silva.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smma) salienta que qualquer árvore pode ser declarada imune ao corte pelo Município, e o mesmo pode acontecer ao contrário, pelos fatores descritos acima. Quando há necessidade, laudos técnicos são solicitados ao setor para remover, podar ou deslocar galhos que estejam atrapalhando residências e ruas.
Onde estão as árvores tombadas do município?
Das cinco árvores tombadas de Montenegro atualmente, a mais conhecida pela população, talvez, seja a mangueira, que está situada no pátio do CGC Contabilidade, na rua João Pessoa, em área particular. “Essa mangueira é muito preservada, os vizinhos respeitam muito. De vez em quando, ela recebe um adubo especial, e floresce, dá frutos. É uma árvore tradicional, acredito que tenha mais de 50 anos já”, destaca o experiente advogado e contador, Dr. Marcos Gilberto Leipnitz Griebeler.
Árvore ornamental, a mangueira é produtora de sombra, mas é conhecida principalmente por produzir manga, que é colhida normalmente no final da primavera e durante o verão. A fruta tropical, que pode ser verde, amarela, laranja, vermelha ou uma combinação dessas cores, pode ser consumida “in natura”, e também em doces e sorvetes.
“Quem tem uma árvore dessas, tem uma ‘penalidade’, porque gera muita sujeira, mas também é um orgulho. A mangueira está cada vez mais viçosa, verde e forte. Acredito que vai viver muitos anos ainda. Poderíamos dizer que ela é uma árvore exótica, porque não é da nossa natureza”, complementa Griebeler.
Outra árvore tombada do município que está localizada em área particular é a figueira, que fica no pátio de uma residência na rua Ramiro Barcelos, próximo ao Cais do Porto das Laranjeiras. Sobre a reprodução dessa árvore, existem dois tipos de figueiras, as monóicas e as dióicas. Os figos comestíveis, que crescem nas plantas femininas, da espécie Ficus carica, são dióicas.
Paineiras se destacam no Timbaúva e Santo Antônio
Outras duas árvores imunes ao corte na cidade estão localizadas na esquina das ruas Getúlio Vargas e Paineira, no bairro Santo Antônio, e na esquina da Via II com a Hans Varelmann, na Timbaúva. São grandes paineiras, de aproximadamente 30 metros de altura, que se destacam principalmente no período de florescimento, geralmente entre os meses de fevereiro e abril.
Os frutos das paineiras são ‘cápsulas’ verdes. Quando maduras, expõem as sementes envoltas em fibras finas e brancas, que ajudam na flutuação. São chamadas de paina, e podem ser usadas no preenchimento de travesseiros e brinquedos de pelúcia. Inclusive, uma paineira de grande porte pode deixar um tapete branco de paina caída aos seus pés no final da época de frutificação.
Seringueira ocupa espaço privilegiado na Timbaúva
Ao lado de uma das rótulas mais conhecidas de Montenegro, está situada outra árvore tombada do município. Inconfundível, a seringueira está firme e forte na esquina das ruas Hans Varelmann e Bruno de Andrade, no bairro Timbaúva. Com folhas compostas e flores pequenas, tem sua madeira branca e leve. De seu látex, é fabricada a borracha. Por isso, também é conhecida no Brasil como árvore-da-borracha.
O fruto da seringueira é encontrado em uma grande cápsula com sementes ricas em óleo, que pode servir de matéria-prima para resinas, vernizes e tintas. Como são ricas em nutrientes, as sementes da espécie são utilizadas na produção de suplementos alimentares. Inclusive, povos indígenas da região amazônica se alimentam das sementes da seringueira.