Dívidas. Dados são do primeiro semestre e junho teve a nona alta consecutiva
A lenta recuperação econômica não tem colaborado para a queda da inadimplência no país. De acordo com dados apurados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o volume de consumidores com contas em atraso e registrados em cadastros de devedores acelerou no último mês de junho. O crescimento foi de 4,07%, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Trata-se da nona alta consecutiva na série histórica do indicador. A última vez que a inadimplência apresentou recuou foi em novembro de 2017 (-0,89%). Ao todo, o SPC Brasil e a CNDL estimam que o país concluiu o primeiro semestre deste ano com aproximadamente 63,6 milhões de brasileiros com o CPF restrito em virtude de atrasos no pagamento de contas.
Esse dado representa 42% da população adulta do país. Cada inadimplente brasileiro tem em média duas dividas em aberto. Pendências que mais cresceram em junho foram as contraídas em instituições financeiras. Dívidas no comércio feitas via crediário caem 9,24% em junho.
Na avaliação do presidente da CNDL, José Cesar da Costa, o ano de 2018 vem frustrando as expectativas de que haveria uma consolidação da retomada econômica, inclusive com reflexos positivos na vida dos consumidores. “Embora os juros estejam menores e a inflação dentro da meta, o desemprego ainda é elevado e acaba reduzindo a capacidade de pagamento das famílias”, observa.
O líder de classe aponta que a recuperação está mais lenta do que o esperado, sendo que as projeções mostram que o segundo semestre será ainda difícil para as finanças do brasileiro. Houve alta generalizada em todas as regiões do país, sendo Sudeste a mais acentuada, cujo crescimento foi de 9,88% em junho.
Dívida por idade
Na faixa dos 18 aos 24 anos, a queda foi de -23,31% e na faixa dos 25 aos 29 anos, o recuo foi de -5,28%. O maior crescimento no atraso de contas foi observado na população idosa, que varia de 65 aos 84 anos, cuja alta foi de 10,76%. Em seguida aparecem os consumidores de 50 a 64 anos (7,71%), de 40 a 49 anos (5,58%) e de 30 a 39 anos (2,04%).