Todo ano, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga a população estimada de cada município do Brasil. A última edição, além de demonstrar que somos 64.788 montenegrinos – em um crescimento de 1,4% em relação a 2017 – também trouxe uma constatação curiosa. Quatro dos municípios que mais cresceram no Rio Grande do Sul são praias.
Na ordem, constam Xangri-lá, Arroio do Sal, Balneário Pinhal e Imbé com as maiores variações em termo de crescimento populacional. Em sexto lugar, ainda, está a praia de Cidreira. Em sétimo, Capão da Canoa e, em nono, Tramandaí. Cada vez mais pessoas estão se mudando para o litoral.
Montenegrina, a professora aposentada Elisane Ely, de 60 anos, é uma delas. Desde a aposentadoria, em 2010, ela aproveitou uma oportunidade de emprego dada ao marido e fez da praia de Tramandaí o seu novo lar.
“Eu sempre adorei o litoral. Desde que me conheço por gente, nós veraneávamos”, recorda. “Bem pequena, nós íamos para Santa Terezinha, na casa dos meus avós, e a medida em que fomos crescendo, meus pais e tios locavam casas por aqui. Litoral significava reunião de família, férias, diversão, brincadeiras e muita alegria com todos juntos.” Quando chegou a oportunidade, Elisane abraçou a ideia com alegria.
E foi-se o tempo em que ir para o litoral no inverno era quase como ir para um “deserto”. Agora mais populosas, as praias estão mais atrativas para atender a seus moradores fixos. “Temos tudo o que precisamos. Saúde, diversão, festas”, conta Elisane. “Eu realizo atividades como Pilates, academia, ioga, caminhadas. Tenho um ótimo grupo de amigos, onde viajamos, nos encontramos para carteados e um dia da semana fazemos um café da tarde. Não faltam atividades.”
Mas claro, na alta temporada, com a vinda dos banhistas, o agito chega ao local. Pelo litoral norte, de acordo com a Fundação de Economia e Estatística (FEE), o aumento populacional temporário chega a 500%. “Os turistas tomam conta. Tudo muito movimentado, filas, trânsito. Para os moradores que têm comércio, aí este movimento é fundamental”, relata a montenegrina que, apesar da constatação, não pensa em voltar a viver em Montenegro. “A vida saudável e a qualidade de vida são os maiores atrativos. Aqui é a minha casa e meu lar”, finaliza.