2024 registrou o terceiro maior resultado da série histórica
Entre janeiro e dezembro de 2024, o Rio Grande do Sul exportou um total de US$ 21,9 bilhões, o que representa uma queda de 1,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar do retrocesso, o valor nominal exportado, sem ajuste pela inflação, é o terceiro maior desde o início da série histórica, em 1997. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, dia 22, pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) , vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).
Embora tenha registrado retração, o desempenho negativo do Estado foi inferior à média nacional, que apresentou uma queda de 2,6% no mesmo período. No ranking nacional de exportações, o Rio Grande do Sul caiu da sexta para a sétima posição, ficando atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná e Pará, mas manteve uma participação relativa de 6,6% nas exportações brasileiras.
Os três principais produtos exportados pelo Estado em 2024 continuaram sendo os mesmos de 2023: soja em grão (US$ 4,6 bilhões), fumo não produzido (US$ 2,5 bilhões) e farelo de soja (US$ 1,4 bilhões).
A lista dos dez itens mais exportados também incluía carne de frango (US$ 1,3 bilhão), cereais (US$ 1 bilhão), celulose (US$ 979 milhões), carne suína (US$ 625,8 milhões), polímeros de etileno em formas primárias (US$ 589,9 milhões), peças e acessórios de veículos automotivos (US$ 574,2 milhões) e calçados (US$ 568,2 milhões).
Os pesquisadores Ricardo Leães e Flávia Félix Barbosa foram responsáveis pela análise estatística, que se baseou nos dados brutos do Sistema ComexStat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Junto ao relatório, o DEE lançou o Painel de BI (Business Intelligence) das Estatísticas das Exportações do RS, que estará disponível no site do departamento com informações desde 1997, apresentado em tabelas e gráficos.
Segundo Leães, a redução nas exportações em 2024 não pode ser atribuída exclusivamente às inundações ocorridas em maio e junho, já que os meses anteriores registraram três quedas consecutivas. O relatório aponta retrocessos em itens relevantes para a economia do Estado, como farelo de soja (menos US$ 376,8 milhões; -20,6%), cereais (menos US$ 361,2 milhões; -25,6%) , carne de frango (menos US$ 184,9 milhões; -12,7%), óleo de soja (menos US$ 165,3 milhões; -35,3%) e tratores agrícolas (menos US$ 84,3 milhões) milhões; -30,7%).
Por outro lado, a soja em grão (mais US$ 489,6 milhões; 12,0%), o fumo não fabricado (mais US$ 243,5 milhões; 10,6%) e a celulose (mais US$ 146,3 milhões; 17,6%) apresentaram crescimento significativo nas exportações.
Principais destinos
Em 2024, o Rio Grande do Sul exportou para 194 destinos, com a China se mantendo como o principal mercado, representando 26,2% do total. No entanto, alguns dos principais produtos enviados ao país asiático, como carne suína, carne de frango e carne bovina, registaram-se em relação a 2023.
Além da China, destacaram-se como mercados compradores a União Europeia (12,0%), os Estados Unidos (8,4%), a Argentina (5,0%), a Coreia do Sul (3,5%), o Vietnã (3,0%), o Uruguai (2,6%), o Paraguai (2,4%) e o Chile (2,3).
Os países que mais influenciaram a redução das exportações gaúchas em 2024 foram a União Europeia (redução de US$ 342,3 milhões; -11,6%), Indonésia (US$ 258,1 milhões; -53,3%), Arábia Saudita Arábia Saudita (US$ 181,5 milhões; -52,7%), Estados Unidos (US$ 168,0 milhões; -8,4%), México (US$ 161,5 milhões; -25,0%.
Por outro lado, alguns mercados tiveram um aumento significativo nas compras de produtos no Rio Grande do Sul, ajudando a atenuar o impacto da queda geral nas exportações. Entre eles, destacam-se a Coreia do Sul (acréscimo de US$ 286,9 milhões; 60,5%), China (US$ 242,2 milhões; 4,4%), Filipinas (US$ 219,8 milhões; 194,2%), Irã (US$ 172,2 milhões; 56,9%), Iraque (US$ 136,5 milhões; 92,1%) e Egito (US$ 91,3 milhões; 52,4%).
Novo porto
O Estado deverá contar, nos próximos anos, com um novo porto de águas profundas, o Porto Meridional de Arroio do Sal. O estudo do DEE destaca que o projeto, em etapa de licenciamento ambiental junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), deve movimentar cerca de 5 milhões de toneladas de carga sólida e a granel, 800 mil toneladas de cargas líquidas, 1,8 mil toneladas de cargas gerais e 300 contêineres.
O investimento beneficiará, especialmente, empresas localizadas na Serra Gaúcha, visto que já existe uma conexão rodoviária entre a região e o Litoral Norte do Rio Grande do Sul: a Rota do Sol. Sem a necessidade de recorrer aos portos de Rio Grande ou Imbituba (SC), os custos logísticos seriam diminuídos para as exportadoras.