Vai uma pimentinha aí?

Um estudo realizado pela Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, afirma que comer pimenta uma vez ao mês reduz a mortalidade em até 13%. A pesquisa realizada com 16 mil norte-americanos levou 19 anos para ser concluída. Seus resultados apontaram que a pimenta estimula a dilatação dos vasos sanguíneos, o que reduz a pressão arterial e protege contra doenças relacionadas ao coração, como infarto e acidente vascular cerebral.

Segundo os pesquisadores, até mesmo quem fuma obteve melhora na saúde, assim como os sedentários e sem uma alimentação regrada. Os pesquisadores não fizeram diferenciação quanto ao tipo de pimenta, se fresca ou em pó. Mas as causas dessa possível melhora na longevidade não foram esclarecidas.

Os pesquisadores trouxeram apenas, como provável explicação, o fato da capsaicina, substância muito presente na pimenta, estimular os canais receptores de potencial transiente (TRP), um grupo de substâncias presente ao redor das células que é responsável por, dentre várias funções, regular a dilatação dos vasos sanguíneos. Quando esses canais são estimulados, os vasos “abrem” e deixam o sangue passar com mais facilidade. Outro fator relevante é que a capsaicina promove a queima de calorias. E sabe-se que o sobrepeso e a obesidade são fatores de risco para doenças cardíacas.

Segundo os autores do estudo da Universidade de Vermont, a pimenta, se consumida com regularidade, também traz benefícios na prevenção contra o câncer. Isso ocorre, mais uma vez, através da capsaicina. Ao equilibrar os níveis “NF kappa beta”, a substância que controla a proliferação de células, ela age para o não surgimento de diversos tipos de câncer.

A nutricionista Laiala Pithan diz ter lido o estudo e o considerado interessante, no entanto, ela acredita ainda necessitarem pesquisas de aprofundamento a respeito da quantidade de capsaicina presente nas diversas espécies de pimenta que temos disponíveis. “Há estudos que quanto maior a ardência da pimenta, maior será a quantidade de capsaicina”, pondera a nutricionista, lembrando que todos os benefícios citados na pesquisa estão vinculados a essa substância, capaz de regular a dilatação dos vasos sanguíneos, ou seja, tem a capacidade anti-inflamatória. Outro alimento que contém este componente é o gengibre.

Pimenta emagrece?
Detalhe importante a comentar sobre a pimenta é a respeito do emagrecimento que ela promove. Estuda-se que a capsaicina atue no sistema nervoso simpático, aumentando a liberação de catecolaminas (noradrenalina e adrenalina). Elas agem diminuindo o apetite e, consequentemente, a ingestão de carboidratos, lipídios e proteínas nas refeições. Claro que sozinha a pimenta não fará os ponteiros da balança se mexerem, mas ela pode ajudar bastante.

Pode fazer mal?
Não há grandes restrições quanto ao consumo de pimenta. Isso se refere à população em geral. Quem sente desconforto na ingestão de alimentos apimentados ou sofre de doenças como gastrite, esofagite, hemorróidas ou refluxo gastroesofágico precisa tomar precauções.
“Pessoas com intolerância à pimenta e/ou com gastrite, Síndrome do Intestino Irritado, hemorróidas ou refluxo gastroesofágico, por exemplo, devem evitar consumir a pimenta”, orienta Laiala. Além disso, a nutricionista ressalta que determinado alimento picante, implica na perda da sensibilidade das papilas gustativas, ou seja, dificulta a percepção de sabores. Por outro lado, alimentos apimentados fazem com que aumente a estimulação da salivação, ocasionando uma maior sensibilidade aos sabores dos alimentos. Além disso, refeições com mais pimenta tendem a ter menos sal, o que é um ganho para a saúde.

Você sabia?
A pimenta possui Vitamina A e C, quando consumida in natura. Possui cação, ferro, caroteno, fibras Vitaminas B1, B2 e B3 que fazem dela um alimento de alto valor nutricional.

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