Relacionamento abusivo: não é fácil se desvencilhar

Muitas vezes a violência pode ser sutil, ainda mais difícil identificar. Em qualquer caso, buscar ajuda é fundamental

Violência psicológica é daquela que começa aos poucos e vai se tornando mais frequente e repetitiva, ganhando espaço na vida de quem sofre. Pedidos que parecem violar o direito do outro dentro de uma relação.

Começam então as agressões físicas. Inicialmente a censura ao comprimento do vestido, pode evoluir e tornar-se um tapa, empurrão ou aperto. Identificar um relacionamento abusivo nem sempre é fácil, assim como sair dele.

De acordo com o psicólogo Márcio Hoffmeister os relacionamentos abusivos podem acontecer em todos os tipos de relação, sejam elas afetivas, de trabalho ou sociais.

Márcio Hoffmeister, psicólogo. Foto: arquivo Jornal Ibiá

“Uma das formas mais comuns é quando o abusador sempre acaba convencendo o outro de que ele está certo e que a culpa por qualquer erro ou sofrimento foi gerado pelo outro. O abusador tenta de todas as formas isolar a pessoa de qualquer forma de convívio social quando usa de intimidação física ou psicológica. Como se costuma dizer popularmente: é quando a pessoa sente que “o jogo sempre vira” contra ela”destaca o profissional.

Segundo Márcio, não é possível medir a profundidade dos danos causados por quem viveu esse tipo de situação abusiva. “Apenas uma consequência é certa: as lembranças que dificilmente se apagam…”, pontua.

O psicólogo também chama a atenção de que uma das implicações é a perda no sentido de viver, por quem sofre as agressões. “Normalmente a vida se torna um mero “servir” ao outro”, explica.

“É muito difícil “quebrar” um relacionamento abusivo. Tanto que, muitas vezes, é preciso ajuda externa de alguém que denuncie, que converse com a vítima e a faça perceber a real situação. Muitas vezes apoio psicológico é essencial para se entender o caminho que foi percorrido para que a situação chegasse no ponto em que chegou. Muitas pessoas se sujeitam a estas relações por acreditarem que este é o amor das suas vidas, que não têm mais idade para conseguir outro trabalho, que não se pode desrespeitar alguém mais velho, ou que não tem forças para lutar contra isto. Estes são apenas alguns exemplos”, destaca.

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