Montenegro segue na categoria “Surto” para a Dengue. A informação, anunciada pela Vigilância em Saúde na última semana, deixa a população em alerta, e não é para menos. De acordo com a chefe da Vigilância em Saúde, Beatriz Garcia são quatro casos positivados e sete aguardam confirmação de laboratório. Dos onze, dez são no bairro Centro e um no Rui Barbosa. O último caso foi confirmado nessa quinta-feira, 10, e se trata de uma criança de 11 anos de idade, que está hospitalizada. Beatriz afirma que é preciso levar em conta que o laboratório demora de sete a dez dias para apresentar os resultados dos testes. Por isso, mais do que nunca a Vigilância reforça a conscientização quanto aos cuidados para evitar a proliferação do mosquito transmissor.
Além de seguir divulgando a situação da Dengue na cidade, nas redes sociais da Prefeitura o trabalho de conscientização ocorre de porta em porta, segundo a Beatriz. “Semanalmente estamos nos bairros fazendo visitas e orientando a população”, pontua. Mesmo fora da categoria de Surto, a Vigilância realizou, em novembro de 2021, sete dias de atividades na Semana Municipal de Combate ao Aedes. “Na oportunidade, além das visitas nos bairros, realizamos palestras, pedágios informativos, dentre outras atividades. Informação não faltou”, destaca a chefe do setor.
Mas, afinal, o que é a Dengue? Uma doença febril aguda, transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. No Brasil, a transmissão ocorre através do Aedes, chamado popularmente de mosquito-da-dengue, o qual também é responsável pela transmissão da Zika e Chikungunya. Apesar da existência em território nacional do Aedes albopictus, não há registros de que esse artrópode transmitiu a dengue no país. A transmissão da doença ocorre através da picada do mosquito fêmea de Aedes, desde que esteja infectada pelo vírus por ter picado anteriormente uma pessoa com o vírus. A pessoa pode contrair dengue mais de uma vez na vida, porém, como existem quatro sorotipos (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4), ela se torna imune ao que já houve contato.
A infecção pelo vírus da dengue pode desencadear sintomas leves ou graves, ou não apresentar nenhum sintoma. Quando surgem, podem aparecer entre quatro a dez dias depois da picada pelo Aedes infectado. Geralmente, a dengue é classificada em duas formas clínicas: a Dengue Clássica e a Febre Hemorrágica da Dengue (FHD), uma forma mais grave da infecção. A dengue clássica é a mais comum e causa febre alta (superior a 39°), dores de cabeça, no corpo, nas articulações e nos olhos, fraqueza, vômitos, manchas na pele e coceira. Esses sintomas não persistem por tempo superior a uma semana, entretanto, em alguns casos, pode ocorrer evolução para formas graves da doença.
Na FHD, os mesmos sintomas listados podem ser observados, mas, além disso, se verifica manifestações hemorrágicas, acúmulo de líquidos e problemas como insuficiência circulatória e aumento anormal do tamanho do fígado (hepatomegalia). Beatriz pontua que é importante lembrar que as pessoas não podem se automedicar, pois um remédio consumido de forma errada pode acarretar na piora do quadro. “Se a pessoa tem sintomas, é essencial que procure, imediatamente, um médico ou uma Unidade Básica de Saúde”, afirma.
Cuidados redobrados
Em momento de Surto, os cuidados contra o mosquito devem ser redobrados. Os principais cuidados, segundo a Vigilância, são a eliminação de criadouros e uso do repelente. O órgão está trabalhando desde a confirmação dos casos, com processo de “bloqueio”, nas áreas próximas às residências dos que testaram positivo para a doença. Segundo Beatriz, os servidores da Vigilância estão realizando visitas em um raio de 300 metros, fazendo entrevistas com os moradores, orientando a população e coletando larvas para encontrar focos do mosquito. “O trabalho é feito de casa em casa. No Centro, o “bloqueio” já terminou e no Rui Barbosa segue acontecendo”, diz.
Mesmo assim, é fundamental que a população faça sua parte. Mas, como? A categoria Surto traz um risco maior de infecção e a comunidade deve utilizar repelentes para que a infecção não ocorra. “O repelente serve para proteger tanto quem já foi infectado (para não passar para outra pessoa), quanto quem ainda não foi. O único problema é que o repelente não é um produto barato. O importante é que, de alguma forma, a população tente se proteger do inseto”, argumenta Beatriz.
A equipe da Vigilância aumentará, passando para 20 pessoas que realizaram processo seletivo e começarão a serem chamadas nos próximos dias como um reforço no enfrentamento aos criadouros do Aedes. Nessa quinta, o órgão também realizou aplicação de inseticida nos pátios de algumas residências no Centro.
A equipe da Vigilância aumentará, passando para 20 pessoas que realizaram processo seletivo e começarão a serem chamadas nos próximos dias, como um reforço no enfrentamento aos criadouros do Aedes. Nesta sexta-feira, 11, o órgão também realizará aplicação de inseticida nos pátios de algumas residências no Centro.
Dicas
Mantenha baldes, caixas d´água e piscinas sempre tampados;
Mantenha os pratos de vasos de flores e plantas com areia;
Elimine copos plásticos e tampas de refrigerantes em sacos que possam ser lacrados;
Guarde garrafas com a boca virada para baixo;
Limpe sempre as calhas dos canos;
Lave bebedouros de aves e animais pelo menos uma vez por semana;
Deixe pneus ao abrigo da chuva e da água;
Coloque o lixo sempre em sacos fechados;