Na onda das musas fitness e das bebidas termogênicas, o café com óleo de coco se transformou na febre do momento. Estrelas como Fernanda Souza e Yasmin Brunet passaram a postar em suas redes sociais que essa bebida é uma das responsáveis pelos corpos enxutos que exibem, sempre consumida como um pré-treino. Mas é seguro? E o que tem de especial nesse óleo? Depois do chá verde e da água com limão, nessa semana, nutricionista Laiala Pithan fala o café com óleo de coco.
Apesar do óleo de coco ser considerado uma ótima fonte de gordura, com propriedades benéficas à saúde e que permite o aquecimento em preparações e refeições sem que essas qualidades se percam, é bom consumir com moderação. “A questão do óleo de coco é um pouco complicada. Ele foi abusivamente utilizado, acrescentado em tudo como o alimento ‘salvador’”, diz Laiala.
Ainda há poucos estudos que expliquem os efeitos do óleo de coco. “E os poucos realizados, são de um curto período de tempo”, explica Laiala. O que se sabe com garantias científicas é que o óleo de coco virgem é extraído do leite de coco e em sua composição há ácidos graxos de cadeia média, no qual em sua maioria são ácidos láuricos, que gera efeito menos prejudicial ao perfil lipídico se comparado as demais gorduras saturadas provenientes de origem animal. O óleo de coco é, por tanto, melhor do que outras fontes de gordura saturada. Mas isso não o faz milagroso e deve ser consumido com moderação.
Laiala comenta de um estudo realizado no Rio de Janeiro e que apresentou resultados negativos a esse alimento. Foram avaliados 116 de adultos durante três meses, um período considerado curto para um experimento. Os participantes foram orientados a suplementar diariamente 13ml de óleo de coco. Após intervenção, observou-se menor perda de peso corporal nos estudados, assim como da circunferência abdominal e IMC.
A organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a ingestão diária não deve ultrapassar a 10% do valor energético total. Já a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) e Associação Brasileira para o Estudo da Obsedidade e Sindrome Metabólica (Abeso), se posicionaram quanto ao assunto informando que não há evidência nem mecanismo fisiológico de que o óleo de coco leve à perda de peso corporal.
Nenhuma das organizações a substituição dos óleos pelo de coco devido ao mesmo conter gorduras saturadas e pró-inflamatórias. “O uso de óleos vegetais com maior teor de gorduras insaturadas – óleo de soja, oliva, canola e linhaça – com moderação, é preferível para redução de risco cardiovascular”, orienta a nutricionista.