Na última quarta-feira, 30, foi celebrado o Dia Nacional da Conscientização da Esclerose Múltipla. Uma reação inflamatória que compromete a função do sistema nervoso. A doença pode manifestar-se através de qualquer sintoma neurológico e frequentemente evolui com a perda de capacidades físicas e cognitivas.
Segundo a Academia Brasileira de Neurologia, o diagnóstico diferencial, através de conduta clínica é muito importante, e deve preceder a confirmação da doença. Sintomas como visão turva, dupla ou perda visual prolongada; alterações no controle de urina; fraqueza; entorpecimento ou formigamento nas pernas ou de um lado do corpo, desequilíbrio e tremores indicam a necessidade de procurar auxílio médico.
Para chamar a atenção dos brasileiros e dar relevância aos pacientes que convivem com a esclerose múltipla, foi lançado o movimento #MúltiplasRazões. A iniciativa se estenderá por 2018 e tem como objetivo estimular o apoio aos pacientes com a doença e incentivar o debate sobre sintomas, diagnóstico e tratamento. O projeto alerta a população. “Acreditamos que a conscientização da doença tem que ser um assunto frequente. Por isso, o Múltiplas Razões visa promover outras interações com a sociedade no decorrer do tempo”, conta Jefferson Becker, presidente do Comitê Brasileiro de Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla e Doenças Neuroimunológicas (BCTRIMS), sociedade médica apoiadora da iniciativa.
A Esclerose Múltipla afeta aproximadamente 35 mil brasileiros e ainda é pouco conhecida. Entre os diagnosticados, três em cada quatro são mulheres na faixa etária dos 20 aos 40 anos, e que, por terem pouco conhecimento, não reconhecem os sintomas. “A doença ocorre quando o sistema imunológico ataca anormalmente o isolamento em torno de células nervosas no cérebro, medula espinhal e nervos ópticos, causando inflamação e danos consequentes que geram uma ampla gama de sintomas, incluindo fraqueza muscular, fadiga e dificuldade em ver, e pode, eventualmente, levar à deficiência”, explica Becker.
Apesar de não ter cura, a esclerose múltipla pode ser controlada por meio de tratamentos medicamentosos que buscam reduzir a atividade inflamatória e os surtos, contribuindo para que o paciente não experimente a incapacitação. Entretanto, segundo Becker, para que os resultados sejam satisfatórios, o diagnóstico deve ser precoce, o que leva a maiores chances da personalização do tratamento e evita consequências mais danosas ao sistema nervoso.