Uma noite de sono tranquila é algo que todos merecem, mas que grande parte da população não tem. Segundo a Associação Mundial de Medicina do Sono, 45% da população mundial é afetada por distúrbios de sono. Para 21% dos adultos, dormir menos de seis horas por dia é a rotina. Na ânsia de resolver esse problema, que gera grande impacto na saúde geral das pessoas, alguns conceitos se formam.
Talvez por isso, uma série de mitos foram sendo construídos no decorrer do tempo, passados de geração e geração como verdade, mesmo que sem a devida comprovação. Horas de descanso, posição para dormir e até a cor da roupa de cama poderiam interferir na qualidade do sono, mas a ciência acaba de derrubar mitos populares que se tornaram verdade ao longo dos anos. Veja o esclarecimento dos mitos e verdades a respeito do sono, de acordo com a Associação Brasileira do Sono.
Lavanda é o único perfume que acalma
MITO – Qualquer aroma que relaxe é benéfico. Você pode usar, por exemplo, um umidificador e acrescentar algumas gotas de óleo essencial de eucalipto. Além de relaxar, essa mistura ainda alivia os sintomas da sinusite.
Quem dorme pouco, engorda
VERDADE – Durante o sono são produzidos dois hormônios: leptina e grelina. A privação de sono reduz a liberação de leptina, hormônio da saciedade, e libera mais grelina, hormônio da fome.
Dormir sozinho é melhor
MITO – Uma cama só para você não garante uma boa noite de sono, dizem, mas ajuda. Porém, para muitos, dormir junto traz um sentimento de segurança e permite um estado elevado de relaxamento.
A posição para dormir interfere na qualidade do sono
MITO – Em geral, todas as pessoas têm uma posição favorita para dormir. Mas, em média, cada indivíduo se mexe entre três a 36 vezes por noite. Ou seja, não importa se você prefere dormir de lado ou de barriga para baixo. Você mudará de posição muitas vezes durante a noite.
Álcool facilita o sono
MITO – Embora o álcool promova a sonolência inicialmente, ele prejudica a manutenção. A bebida alcoólica também aumenta a vontade de urinar. E de nada adianta dormir rápido, mas passar a noite toda acordando.
A dor interfere no sono
VERDADE – Pacientes com dor crônica podem apresentar redução da eficiência do sono, dificuldade para dormir e para despertar. Estudos clínicos e experimentais tanto em humanos como em animais confirmam a associação entre o sono não reparador e manifestações dolorosas. Além disso, existem evidências de que o sono profundo pode representar um mecanismo compensatório para os processos dolorosos crônicos, de modo que pacientes com maior quantidade de sono profundo provavelmente experimentem os sintomas dolorosos com menos frequência.
Todos precisam de oito horas de sono
MITO – A necessidade de sono de cada indivíduo muda ao longo da vida. Bebês, adolescentes, gestantes e mulheres em geral precisam, em média, de mais horas de sono. Atletas profissionais e pessoas estressadas também podem se beneficiar de um sono extra também.
Ronco não faz mal para a saúde
MITO – Além de atrapalhar o sono do parceiro, o ronco pode ser muito perigoso para a saúde do coração, pois ele geralmente está associado à apneia obstrutiva do sono, prejudicando a oxigenação e levando a pessoa a acordar.
O estresse pode influenciar o sono
VERDADE – A correria da vida moderna e o estresse têm feito com que as pessoas durmam cada vez menos. Essa redução do tempo de sono oferece males ao organismo, incluindo prejuízos cognitivos, aumento de irritabilidade e da liberação de cortisol e de hormônios relacionados ao estresse.
Cochilar de dia prejudica o sono da noite
MITO – Cochilos de menos de trinta minutos depois do almoço são suficientes para descansar sem atrapalhar o sono noturno. Para pessoas insones, os cochilos podem piorar o sono da noite.
Palavra de especialista
Dormir é algo vital ao ser humano, tanto quanto comer ou beber água. Em entrevista recente ao Ibiá Saúde, o neurologista e coordenador do Centro de Distúrbios do Sono do Hospital Moinhos de Vento Geraldo Rizzo, neurologista explicou que os distúrbios do sono vão desde a dificuldade para iniciar o sono, manter pelo tempo adequado ou conseguir que esse período adormecido seja reparador. “Todos têm noites ruins de sono, esporadicamente. Insônia é quando se tem várias noites sem dormir ou de um sono sem qualidade”, afirmou.
A quantidade de sono adequada para uma pessoa adulta varia de 7h30min até 8h30min por dia. Por questões biológicas, isso costuma variar. As mulheres costumam sofrer mais de insônia que os homens. A explicação pode ser biológica ou psicológica. “Durante período menstrual ou gestacional, por exemplo, há mulheres que sofrem de mais dificuldade para dormir”, explica.