Apesar de ser de grande ajuda, sobretudo a quem tem pouco tempo para cozinhar, o micro-ondas costuma gerar dúvidas. Há quem coloque na conta do aparelho – e a internet está cheia de informações falsas – problemas de saúde devido às ondas eletromagnéticas que fazem o aparelho aquecer ou cozinhar alimentos. Especialistas garantem, porém, que o uso do aparelho não traz malefícios.
O mecânico de refrigeração e técnico em eletrodomésticos Sérgio Moacir da Silva explica que as micro-ondas do aparelho são produzidas numa peça chamada magnetron. Essas microondas fazem vibrar as moléculas de água e esse atrito faz o alimento aquecer. Todos utilizam o mesmo sistema, com corrente elétrica de 400volts. As diferenças entre as marcar se restringem a questões estéticas. “Assim que o aparelho é desligado, não mais emite essas ondas. Ele não contamina nenhum alimento”, diz o técnico, salientando que se tratam de micro-ondas que existem naturalmente, como ondas de rádio, ou as ondas do som. “Tudo são ondas. Está no nosso ambiente. Não é nada que fará mal à saúde”, finaliza.
Como surgiu o micro-ondas?
Esse aparelho faz uso de ondas eletromagnéticas de alta frequência, como as de rádio. Em 1939, o físico americano Albert Wallace Hull desenvolveu o magnetron, um gerador de micro-ondas para radar. Dez anos depois, o também americano Percy Lebaron Spence descobriu que um copo de leite se aquecia quando próximo de um magnetron. Diretor de uma indústria eletrônica, foi Spencer que vislumbrou as possibilidades do aparelho. No início dos anos 50 surgiu oficialmente o primeiro forno de micro-ondas.
Alimentos perdem nutrientes no cozimento, independente do método
Já a nutricionista Denise Garateguy esclarece que o uso do micro-ondas para cozinhar ou aquecer os alimentos pode sim afetar as vitaminas e outros nutrientes dos alimentos, mas essas mudanças são resultado do processo de aquecimento e não do aparelho. “Quando se esquenta a comida, algumas vitaminas, como a C, por exemplo, se decompõem. Isso acontece independentemente de se o alimento é esquentado em forno convencional, no fogão ou no micro-ondas”, destaca.
Há, inclusive, estudos que indicam benefícios do uso do micro-ondas. Um artigo publicado em 2009 no Journal of Food Science concluiu, por exemplo, que o micro-ondas mantém melhor os níveis de antioxidantes de alimentos como feijão, aspargos e cebola do que a fervura, o cozimento na panela de pressão ou o forno.
As proteínas também se decompõem e, às vezes, perdem suas propriedades, quando são esquentadas, por qualquer meio. “É importante ressaltar que os nutrientes dos alimentos também se perdem quando a comida é cozida com água. “A vitamina C e muitas das vitaminas B, como a B6 e a B12, são mais vulneráveis, pois são solúveis em água”, explica. A perda de nutrientes durante a fervura é maior do que em outras técnicas, como o micro-ondas ou o vapor. Então a melhor forma de reter nutrientes dos alimentos ao cozinhá-los é usar tempos curtos, que limitem a exposição ao calor, e um método de cozinhar que use menos líquido.
A especialista destaca que o melhor é cozinhar com pouca água e manter a panela tampada durante todo o cozimento. O melhor método, ainda é o cozimento a vapor. “Hoje já existem instrumentos que se acoplam às panelas para que os legumes não tenham contato com a água e cozinhem sob vapor”, indica.
Uso seguro do aparelho
Proteja as mãos:
É comum as pessoas queimarem as mãos ao retirar os alimentos de dentro do micro-ondas. Sempre use panos ou luvas especializadas na contenção do calor e lembre-se do vapor, que também pode ferir;
Tampas e vedações:
Lembre-se de cobrir o prato com uma tampa ou um plástico filme. Também é importante deixar espaço suficiente entre a comida e o topo do prato de modo que plástico não toque a comida. Afrouxar ou ventilar a tampa permite que o vapor saia. Outra boa ideia é adotar sacos próprios para o cozimento.
Potência:
Uma das dúvidas mais comuns é a potência necessária para cozinhar ou descongelar os alimentos. Tudo isso depende da quantidade de watts que o seu eletrodoméstico tem de capacidade. Use sempre o mínimo de tempo possível.