Na segunda e terça-feira, 12 e 13, no Centro de Treinamento da Emater (Cetam) em Montenegro, acontece o 3º módulo do “Curso de (Des) Envolvimento para Mulheres Rurais”. O nome revela que esta ação atende necessidades muito além do plantio e venda dos produtos agrícolas, expertise que as agricultoras já têm, mas atende necessidades humanas delas, muitas vezes negligenciadas pela sociedade patriarcal.
A coordenadora da área social da Regional Porto Alegre da Emater-Ascar/RS, Fernanda Gilli, explica o intuito usando o tema do terceiro encontro, “mulher e identidade no meio rural”. Nos dois dias as agricultoras de oito municípios das regionais POA e Lajeado foram instigadas à reflexão sobre “o que é ser mulher na sociedade”. Assuntos impreteríveis, mas que são invisibilizados, foram expostos, como a violência de gênero promovida por um patriarcado alicerçado em origens arcaicas.
Sentindo-se acolhidas por seus pares, muitas tiveram coragem de relatar experiências pessoais, recebendo então apoio nas demais do grupo com 24 mulheres. Nesta direção, caminhou ainda a reflexão sobre postura espontânea e imposta por paradigmas sociais.
Importante ao desenvolvimento
Fernanda explica que a percepção a cerca destes anseios no meio rural foi verificada pelo coletivo de extensionistas da Emater, onde elas são fundamentais ao andamento da propriedade familiar, muitas vezes à frente dos negócios. Também são lideranças dentro da comunidade interiorana, em ações que pedem consciência social. “É um desafio fazer tudo isso”, declara a coordenadora. Ela salienta que não é possível falar de desenvolvimento rural sem tocar nestes assuntos.
Na manhã da terça-feira as agricultoras ouviram palestra da psicóloga Daiana Galla. Nesta tarde é a vez do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Condim), representado por Carliane Pinheiro e Josiane Oliveira, abordar as diversas formas de violência contra a mulher. O próximo módulo será nos dias 5 e 6 de setembro.